terça-feira, março 27, 2012

TORCEDORES, FACÇÕES E VIOLÊNCIA

Há sete anos mais de uma centena de feridos
e uma morte no Pacaembu, que sediou muitos
jogos que terminaram em briga da multidão, no
calor da torcida. No domingo entretanto,
a violência foi programada.
Facção do Palmeiras garante ter
sido vítima de emboscada
O jogo ainda não tinha acontecido, mas já havia previsão de conflito violento entre as facções após o clássico de domingo com o Corinthians e Palmeiras. Um caso como esse, que resultou na morte de duas pessoas e muita pancadaria, com um verdadeiro arsenal de paus e barras de ferro e armas de fogo, confunde a opinião pública, mas deixa bem clara a realidade de que o problema não é uma questão de paixão pelo time, mas o fato da violência ser encarada com naturalidade principalmente pelos jovens, que transformam torcidas em gangues perigosas.
Os casos de violência não se resumem à estádios de futebol ou espaços públicos que terminam sendo usados como arenas após o esvaziamento das apresentações. Qualquer lugar pode servir à demonstrações de intransigência ou preconceito, de irritação ou perda de controle. Dos ataques motivados por intolerância racial ou sexual, às agressões em bares e casas noturnas por seguranças, até a fúria assassinada no trânsito e nas disputas dos torcedores, existe um fator comum, que parte da banalização da violência.
Violência tornou-se algo corriqueiro, que está exposto até nos desenhos infantis, ainda que de forma bizarra, "aprimorando-se" na ficção para adolescentes e adultos  a ponto virar o estômago de plateias mais sensíveis. Álcool e outras drogas encarregam-se de tornar a agressividade uma ação cotidiana, que pode ou não acontecer dentro dos estádios, sem necessidade de grande pressão ou motivação.
Na opinião de muitas pessoas, proibir a venda de álcool não resolve o problema da violência. No entanto está provado que a ingestão de bebidas alcoólicas não só favorece a perda de controle de torcedores, como provoca estragos em qualquer ambiente público, além de aumentar drasticamente a direção perigosa e as mortes no trânsito.
Com uma grande resistência contra a proibição de bebidas alcoólicas, há necessidade de uma avaliação séria e definitiva de sua real  necessidade em ambientes públicos, principalmente em locais de grande concentração de pessoas e alta carga de emoção. Aglomerações são perigosas porque basta uma faísca para causar uma grande explosão.
É verdade que as mortes acontecidas na "batalha" de domingo foram planejadas e provavelmente aconteceriam de qualquer maneira, provando que espetáculos que movimentam torcidas não provocam a violência, mas sem dúvida são momentos que justificam a violência programada.
Em qualquer caso porém, a verdade é que assistimos a um dos maiores desafios do sistema atual não apenas no Brasil, mas no resto do mundo. A violência  programada ou surgida da familiaridade de sua ação precisa ser prevista pelas autoridades e ter seus efeitos minorados. De que maneira isso poderá ser conseguido depende de uma ação conjunta e não apenas de proibição de torcidas violentas nos estádios ou da lei que penaliza um motorista embriagado, ações importantes, mas ineficazes se isoladas.
LEIA TAMBÉM:
http://leiamirna.blogspot.com.br/2011/02/torcida-violenta.html
http://leiamirna.blogspot.com.br/2011/04/enfrentando-violencia.html

Um comentário:

  1. A marginalidade esta se aproveitando de tudo e todos para causar bagunça e desgraças,a tendencia é piorar

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