sábado, fevereiro 05, 2011

TORCIDA VIOLENTA

Torcedores se aglomeraram no centro de treinamento do Corinthians, apedrejaram o onibus que entrava com jogadores para o treino do jogo contra o Palmeiras nestas rodada do Campeonato Paulista e deixaram claro que não admitem a derrota do seu time, culpando o jogador Ronaldo Fenômeno pelo resultado da Taça Libertadores da América. Uma manifestação, entre tantas outras registradas nos últimos anos, que mostra claramente que o futebol pode provocar situações perigosas na união entre a aglomeração de pessoas e a frágil sustentação do controle sobre a violência. No momento desse tipo de manifestação tudo pode acontecer, como a reação de policiais além da medida de bombas de efeito moral e até ataques contra a imprensa, que é neutra e está simplesmente cumprindo o dever de registrar os fatos, mas acaba em risco como se estivesse em uma guerra sem regras éticas e legais.

A questão não é simplesmente a existência de grandes grupos da população com sua dedicação ao esporte. Ao longo dos anos os espetáculos de futebol centralizaram a expectativa de pessoas, desviando a atenção de outros problemas sociais e políticos, como a própria fase da ditadura, ocasião do grande investimento e da supervalorização do esporte, em contrapartida à tensão política . O futebol passou a ser o grande terapeuta do brasileiro, que descarregava dúvidas, tensões e repressão no espetáculo das disputas.


Nenhuma novidade, considerando que nos tempos do Império Romano  os imperadores dependiam do espetáculo das lutas de gladiadores e da distribuição do trigo para acalmar a massa e manter a ordem. Quanto mais a situação de revolta popular pela miséria se agravava, maior e mais sangrentos eram os espetáculos para a massa. Em 107 AC  o imperador Trajano ficou conhecido por proporcionar  espetáculos onde cristãos eram devorados por leões ou esmagados por elefantes e pela reunião de 10 mil homens para
duelos!

O futebol de antes mostrava que o clima tenso ficava dentro da disputa, aumentando conforme a atenção popular, os torcedores e os altos salários disparavam. Essa  gradativa perda do limite foi verificada em campo há muito tempo. Como exemplo podemos citar a violência do campeonato carioca de 1951, quando Didi fraturou a perna do zagueiro do  Bangú, Mendonça.

Hoje a situação de risco se avolumou e se descontrola . O risco está na massa que forma a platéia das arenas ou em torno delas. No campo jogadores cometem faltas maliciosas e violentas, dirigentes brigam contra árbitros, torcedores jogam objetos no time oposto  e agridem policiais e outros torcedores. Nas ruas os torcedores se transformam em gangues e centralizam agressões em torcedores de outros times, em linchamentos absurdos, enquanto os policiais perdem o controle e usam armas, chegando a matar cidadãos que estão sugestionados pela força de suas torcidas. Um fenômeno que não se resume ao Brasil. Infelizmente, um indício de que a agressividade humana não é mais controlada com eficiência no apêgo exagerado da necessidade do cidadão comum pela supremacia de um time de futebol. (AC)

2 comentários:

  1. O Corinthians tinha a Libertadores como grande sonho
    Completando 100 anos, era o título que não tinha ganho
    Todo um projeto foi criado para esse fim alcançar
    Mas após duas oportunidades... terá que protelar

    2010, no nacional, foi 3º quando poderia ser primeiro
    Pela regra, jogou assim a vaga garantida para escanteio
    Teve que disputar com o Tolima, para a chance conquistar
    Mas foi eliminado do torneio antes mesmo de entrar

    Protestos contra Ronaldo e Roberto Carlos
    Além de Tite, o técnico, por seus resultados
    Um patrocínio de R$ 50 mi, se não me engano
    Por um time que nada ganhou após dois anos

    Resultado bem abaixo do esperado, é verdade
    Mas nada que justifique tamanha brutalidade
    Jogadores no ônibus recebidos a pedrada
    Por quem se diz torcedor na arquibancada

    Fanatismo de qualquer espécie é condenável
    Vandalismo de quem quer que seja: inaceitável
    Punam-se os deliquentes que no vídeo pode se ver
    Pois se o Palmeiras vencer, o que vai acontecer?

    http://noticiaemverso.com
    twitter: @noticiaemverso

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  2. Alexandre Nunes3/28/2012 3:00 PM

    O futebol é uma espécie de termômetro social.Quanto maior a tensão social,maior a briga,não concorda?

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