Torcedores se aglomeraram no centro de treinamento do Corinthians, apedrejaram o onibus que entrava com jogadores para o treino do jogo contra o Palmeiras nestas rodada do Campeonato Paulista e deixaram claro que não admitem a derrota do seu time, culpando o jogador Ronaldo Fenômeno pelo resultado da Taça Libertadores da América. Uma manifestação, entre tantas outras registradas nos últimos anos, que mostra claramente que o futebol pode provocar situações perigosas na união entre a aglomeração de pessoas e a frágil sustentação do controle sobre a violência. No momento desse tipo de manifestação tudo pode acontecer, como a reação de policiais além da medida de bombas de efeito moral e até ataques contra a imprensa, que é neutra e está simplesmente cumprindo o dever de registrar os fatos, mas acaba em risco como se estivesse em uma guerra sem regras éticas e legais.
A questão não é simplesmente a existência de grandes grupos da população com sua dedicação ao esporte. Ao longo dos anos os espetáculos de futebol centralizaram a expectativa de pessoas, desviando a atenção de outros problemas sociais e políticos, como a própria fase da ditadura, ocasião do grande investimento e da supervalorização do esporte, em contrapartida à tensão política . O futebol passou a ser o grande terapeuta do brasileiro, que descarregava dúvidas, tensões e repressão no espetáculo das disputas.
Nenhuma novidade, considerando que nos tempos do Império Romano os imperadores dependiam do espetáculo das lutas de gladiadores e da distribuição do trigo para acalmar a massa e manter a ordem. Quanto mais a situação de revolta popular pela miséria se agravava, maior e mais sangrentos eram os espetáculos para a massa. Em 107 AC o imperador Trajano ficou conhecido por proporcionar espetáculos onde cristãos eram devorados por leões ou esmagados por elefantes e pela reunião de 10 mil homens para
duelos!
O futebol de antes mostrava que o clima tenso ficava dentro da disputa, aumentando conforme a atenção popular, os torcedores e os altos salários disparavam. Essa gradativa perda do limite foi verificada em campo há muito tempo. Como exemplo podemos citar a violência do campeonato carioca de 1951, quando Didi fraturou a perna do zagueiro do Bangú, Mendonça.
Hoje a situação de risco se avolumou e se descontrola . O risco está na massa que forma a platéia das arenas ou em torno delas. No campo jogadores cometem faltas maliciosas e violentas, dirigentes brigam contra árbitros, torcedores jogam objetos no time oposto e agridem policiais e outros torcedores. Nas ruas os torcedores se transformam em gangues e centralizam agressões em torcedores de outros times, em linchamentos absurdos, enquanto os policiais perdem o controle e usam armas, chegando a matar cidadãos que estão sugestionados pela força de suas torcidas. Um fenômeno que não se resume ao Brasil. Infelizmente, um indício de que a agressividade humana não é mais controlada com eficiência no apêgo exagerado da necessidade do cidadão comum pela supremacia de um time de futebol. (AC)
MIRNABLOG analisa os acontecimentos e discute as dúvidas com imparcialidade, respeitando a sua inteligência
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Arquivo do blog
-
▼
2011
(92)
-
▼
fevereiro
(11)
- RISCO DE MORTE VIOLENTA É MAIOR PARA OS JOVENS
- AUTORIDADES CULPAM "VAZAMENTO" NO CASO DE ABUSO C...
- ALUNOS PRATICAM SEXO EM ESCOLA ESTADUAL
- SETE SEGUNDOS E NOVA AGRESSÃO À MULHER
- O DESABAFO DE POLICIAIS
- ESCRIVÃ É DESPIDA A FORÇA EM DELEGACIA
- IMPRENSA É VÍTIMA DE CONSTANTES AGRESSÕES
- PRÁTICA DA LEI TORNA-SE A CADA DIA MAIS DIFÍCIL
- TORCIDA VIOLENTA
- DIVÓRCIO EXPRESSO
- OBESIDADE DISCRIMINADA
-
▼
fevereiro
(11)
O Corinthians tinha a Libertadores como grande sonho
ResponderExcluirCompletando 100 anos, era o título que não tinha ganho
Todo um projeto foi criado para esse fim alcançar
Mas após duas oportunidades... terá que protelar
2010, no nacional, foi 3º quando poderia ser primeiro
Pela regra, jogou assim a vaga garantida para escanteio
Teve que disputar com o Tolima, para a chance conquistar
Mas foi eliminado do torneio antes mesmo de entrar
Protestos contra Ronaldo e Roberto Carlos
Além de Tite, o técnico, por seus resultados
Um patrocínio de R$ 50 mi, se não me engano
Por um time que nada ganhou após dois anos
Resultado bem abaixo do esperado, é verdade
Mas nada que justifique tamanha brutalidade
Jogadores no ônibus recebidos a pedrada
Por quem se diz torcedor na arquibancada
Fanatismo de qualquer espécie é condenável
Vandalismo de quem quer que seja: inaceitável
Punam-se os deliquentes que no vídeo pode se ver
Pois se o Palmeiras vencer, o que vai acontecer?
http://noticiaemverso.com
twitter: @noticiaemverso
O futebol é uma espécie de termômetro social.Quanto maior a tensão social,maior a briga,não concorda?
ResponderExcluir