sexta-feira, dezembro 10, 2010

FALTA DE MODÉSTIA SALARIAL

A questão é a seguinte: quando uma categoria decide a valor de seu próprio salário, é  obvio que a folha de pagamento ficará extremamente onerada! Ora, todos sabemos o grau de responsabilidade e dificuldade que  exigem remuneração justa. Mas o que define o que seria esse salário justo é o conjunto de circunstâncias que envolvem a função.

Aí temos a pergunta: quanto vale o salário de um senador ou deputado? Quanto o país deve pagar ao seu Chefe de Estado? E aos nossos ministros do Supremo Tribunal de Justiça?

Hoje o presidente da República, máxima representação do país, ganha exatamente R$ 11,420,21 valor bruto, sem os descontos. No entanto um senador ganha R$ 16.512,00,  mesmo salário dos deputados federais. Mas mesmo ganhando mais do que o presidente da República, eles reclamam que os ministros dos Supremo ganham R$26.723,00...

Como é que aconteceu um absurdo desses?  Simples: os salários são decididos por eles próprios, senadores, deputados e ministros do Supremo! A exceção do presidente da República, todos decidem quanto vale o seu trabalho, pois são aqueles que tem o poder de aprovar ou não seus aumentos salariais.

Agora, a guisa de tornar a remuneração mais justa (?) um projeto de  Nelson  Maquezelli, do PTB de São Paulo pretende acabar com essa distorção nivelando os salário para o alto: senadores, deputados e presidente da República  passariam a ganhar R$26.723,00, valor que seria considerado o teto salarial.

A proposta até parece razoável quando se discute a remuneração do Chefe de Estado. Mas em relação aos deputados e senadores é absolutamente imoral: os parlamentares recebem não apenas 12, mas 15 salários por ano; além disso usufruem de uma série de benefícios e verbas, que normalmente vão muito além do salário fixado. Recebem também por sessões extraordinárias - extraordinariamente bem remuneradas. 

Quer dizer que o "teto justo" requerido nesse projeto para os parlamentares é completamente absurdo e não iria onerar apenas as contas do Congresso Federal, mas causar um estouro de verbas públicas para pagamentos de todos os parlamentares do país, tanto os deputados estaduais ( que recebem até 98% do salário dos federais) como de vereadores das Câmaras Municipais (que têm seus salários calculados em percentuais de 20% a 75% dos salários dos deputados estaduais)

Muito infeliz, esse projeto do deputado Maquezelli! Pior será se for apresentado para votação e encontrar parlamentares ávidos pela sua aprovação! 

A única justificativa para aumento é do salário do presidente da República, que não poderia ganhar menos do que um parlamentar ou um ministro do Supremo, justamente pela dimensão de responsabilidade de seu cargo. Mas parece imoral que uma atividade parlamentar, que deve ser bem remunerada, mas dentro de um padrão compatível com a sociedade brasileira e os recursos da União, tome para si uma valorização excessiva de sua função, que nem sempre é cumprida e que segue com alto índice de abstenção, quando projetos importantes passam muito tempo sendo adiados por falta de quorum legislativo...Não se  pretende que a função seja  voluntária e sem proventos, mas exagerar na remuneração torna a função legislativa fora do contexto da realidade da população brasileira, que paga pelos serviços de seus representantes do Congresso Nacional, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais. (Mirna Monteiro)

LEIA TAMBÉM: http://leiamirna.blogspot.com/2009/03/salario-crise-e-relatividade.html

http://globoblog-mm.blogspot.com/2008/01/esses-nossos-parlamentares.html

quarta-feira, dezembro 08, 2010

PENAS BRANDAS PARA CRIMES PESADOS



"(...)O que não dá para entender é a condenação de 4 anos para o tal  Bruno e de 3 anos para o outro acusado de assassinato Macarrão (...)Sei de um caso de um sujeito que não conseguia emprego e que ficou três anos na cadeia por ter furtado comida em supermercados (...) " (Hélio V.R - SP)

A sentença de quatro anos e seis meses de reclusão do ex-goleiro Bruno Fernandes e de três anos para Bruno Luiz Henrique Ferreira Romão, apelidado de "Macarrão", não se refere a acusação de assassinato de Elisa Samúdio, mas sim de processo aberto após denúncia da própria Samúdio no final de 2009, de que ela teria sido obrigada a ingerir substâncias abortivas.

É uma decisão que não está ligada ao processo que investiga o desaparecimento e morte (possível, pois o corpo  não foi encontrado) aberto pela Justiça de Minas Gerais. Bruno Fernandes e "Macarrão", além de outros envolvidos, ainda serão julgados na cidade mineira de Contagem.

Concordo, Hélio, de que a Justiça poderia ser mais ágil e menos burocrática. No caso de Elisa Samúdio, o  processo deveria ocorrer logo em seguida à denúncia de que ela teria sido obrigada a entrar no carro, sendo agredida e e forçada a ingerir "substância amarga", que segundo seu relato teria sido alguma mistura abortiva.

O tempo passou, a criança nasceu e o goleiro Bruno, assim como Macarrão e outros dois comparsas que teriam participado desse sequestro e agressão, não foram presos. O resultado foi o desaparecimento e provável assassinato de Elisa, com requintes de extrema crueldade, segundo depoimentos dos envolvidos, É óbvio que os assassinos acreditavam na impunidade, agindo premeditadamente.

Mas pelo menos, mesmo com a possibilidade de recurso, o ex-goleiro passa a ter antecedentes  e responderá ao processo de assassinato sem sair da cadeia, perdendo qualquer direito a responder em liberdade.

O Código Penal brasileiro é realmente bastante desatualizado e falho. É de 1941. Depois de dois anos de discussão, o plenário do Senado aprovou o projeto de lei que altera o CCP ou Código de Processo Penal,  São 214 emendas finalmente aprovadas. Mas ainda existem muitas dúvidas e discussões sobre até que ponto essas emendas realmente vão fortalecer a Justiça e eliminar as distorções que favorecem criminosos.

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Atendimento médico e morte


Não há justificativa para a morte da garota Stephanie Teixeira, que recebeu vaselina líquida ao invés de soro intravenoso durante atendimento no hospital São Luiz Gonzaga, na zona norte de São Paulo. Como explicar esse absurdo? A polícia quer comparar os frascos. Qualquer semelhança não justifica o engano, mas a diferenciação pode indicar se houve homicídio culposo ou doloso, ou seja, se houve imperícia e incompetência ou intenção de matar!

Infelizmente, este caso que horroriza a sociedade não é incomum. Até mesmo casos de assassinatos acontecem, quando psicopatas são encobertos pela estrutura da saúde. São muito raros, ao contrário dos casos de erros por incompetência, também encobertos pela dificuldade de comprovar as imperícias.

São Paulo vai muito mal. É a moda da terceirização dos hospitais públicos, extremamente criticada. Do que se trata? É uma espécie de privatização onde o ônus permanece com o poder público, mas a administração passa a particulares. Suspende-se o concurso público e com isso perde-se o pouco da garantia que se tinha sobre a qualificação básica do profissional, médico, enfermeiro ou de pessoal de apoio como técnicos e auxiliares de enfermagem. Além disso os critérios de atendimento passam a ser de interesse exclusivo da empresa que assumiu a gerência hospitalar, o que pode prejudicar a característica de atendimento acessível a qualquer cidadão! Ou seja, é público, mas com gerência particular...

Hospitais estão perdendo a aura de portos seguros para quem precisa de atendimento qualificado. Seguradoras de saúde compram hospitais como se fosse um comercio lucrativo. Ora, se os planos de saúde pressionam os médicos a economizar com exames, colocando diagnósticos  em risco ( qual médico hoje consegue precisar um diagnóstico sem exames de laboratório ou da tecnologia existente?) que tipo de economia farão em suas unidades hospitalares?

A isso somam-se os profissionais despreparados, com pouca experiência  ou incompetentes, mão de obra mais barata que é despejada por faculdades de baixo nível educacional, no caso de médicos e enfermeiros, ou de cursinhos que pretendem apenas lucrar, sem observar a carga horária mínima para ensino de técnicos de enfermagem.  Ou seja, temos uma legião de profissionais da saúde que fazem procedimentos invasivos e perigosos para a vida humana sem qualificação suficiente para isso!

A pergunta é: onde vamos chegar com essa precariedade? As denúncias de erro medico se sucedem, com casos tão absurdos como o da menina Stephanie, que correm em processos com segredo de Justiça ou engrossam as estatísticas das denúncias nos Conselhos de  Medicina, sem divulgação pública! Terrível saber que além disso boa parte dos erros não é de conhecimento dos familiares das vítimas ou das autoridades, escondendo-se sob a capa de patologias, que servem como disfarce para erros grosseiros. Em geral os hospitais desrespeitam o direito da familia de acompanhar o paciente, já que preferem atuar sem testemunhas!

Há necessidade de nova legislação que obrigue os hospitais, postos de saúde e consultórios médicos a realizar prontuários claros e inviolados, que tenham pleno acesso de familiares, que também devem acompanhar os pacientes e ser informados a respeito de cada procedimento. Por que não? Não é mais possível manter o atendimento médico misterioso, como se o paciente deixasse de ter a sua individualidade para se tornar propriedade do hospital e refém do atendimento, sendo mantido na mais absoluta ignorância sobre seu corpo e seu destino!

LEIA TAMBÉM  
http://leiamirna.blogspot.com.br/2011/03/incompetencia-perigosa.html
http://leiamirna.blogspot.com.br/2012/02/paciente-e-assassinado-em-hospital.html

segunda-feira, novembro 22, 2010

Perseguindo a Justiça

"Li matéria publicada neste blog a respeito de defesa do consumidor e devo parabenizar a maneira como as questões estão sendo explicadas, está tudo bastante acessível (...) Pergunto eu: adiantará saber dos direitos quando encontramos uma Justiça que não funciona? (...)

A Justiça funciona, Eliazar, o problema é que não funciona dentro da necessidade, que é grande. Por que? Porque quanto maior é a falta de fiscalização e a demora no julgamento dos processos, além da postura de alguns juizes que punem grandes empresas infratoras com valores irrisórios demais para que evitem a repetição dos erros, maior o volume de processos que se sucedem, lógico!

A falta de agilidade na Justiça é complicada e envolve muitos fatores. Uma das tentativas de agilizar processos simplificados, evitando que se amontoem entre os mais complexos, foi o Tribunal de Causas Cíveis ou de Pequenas Causas. Funcionou relativamente, claro que com maior ou menor eficiência, dependendo do conjunto de profissionais que atua. Por isso há alguns estados e f'oruns que oferecem melhores resultados do que outros.

Os juristas citam vários outros fatores que atrasam os processos, mas a mentalidade de nosso sistema judiciário é certamente o nosso maior problema. A estrutura toda, inclusive a responsabilidade dos cartórios e de seus funcionários e dos próprios advogados, precisa de revisão. O sistema, na verdade se tornou inoperante e cheio de vicios.

Há recursos demais, que visam apenas atrasar o processo, pois não oferecerem resultado prático a não ser conturbar ainda mais todo o sistema. Além disso nossos magistrados são, antes de juizes, cidadãos que foram moldados pela nossa cultura, com todos os seus acertos e falhas e até questões culturais podem pesar nas mudanças necessárias. Lembre-se que a corrupção é um risco, conforme podemos acompanhar no excelente trabalho da policia federal, que recentemente descobriu a venda de liminares e setencas de um juiz do Piaui! Isso e bom, pois a descoberta de falcatruas dentro do Sistema Judiciario torna a Justica mais forte. Os casos de corrupcao estao sendo levantados desde os tempos do juiz Nicolau dos Santos Neto ( O Lalau, lembra?) entre outros casos.

Representa um  inicio, mas ainda estamos longe de uma Justica eficiente. O que nao podemos tolerar e um sistema cheio de falhas? O Judiciário não tem dono, pertence à toda sociedade, integrando um poder que precisa ser respeitado e deve sofrer mudanças que favoreçam a qualidade de sua ação e o cumprimento de seu objetivo.

Mas veja bem, no caso do consumidor, as ilegalidades são fartas demais. É melhor prevenir do que remediar. Ou seja, o consumidor deve estar atento e exigir seus direitos antes de cair nas esparrelas do mercado, evitando os processos. Mas lembrando sempre que não se pode deixar que a imoralidade a ilegalidade se tornem "rotina". Não se pode aceita-las sob hipótese alguma, mesmo que não haja um retorno imediato para os prejuízos materiais ou morais.

Não desanime, que assim como você, há mais pessoas preocupadas em recuperar a eficiência de nossa Justiça, do que o contrário! E continue questionando e participando!

quarta-feira, novembro 10, 2010

A AMEAÇA DA TRANSGENIA

"(...)e acho confuso esse negócio de transgênico, fiquei com receio porque soube que estamos consumindo alimentos transgênicos (...)ninguém sabe o que é isso.É verdade que podemos prejudicar a saúde com esses alimentos?(...)Como saber se estamos comendo um alimento natural ou de laboratório?(...)" (Helena L - Ribeirão Preto)

 A questão da transgenia, assim como a clonagem, é extremamente delicada, porque realmente possui "duas pontas", o bem ou o mal e tanto pode beneficiar a humanidade como acabar com ela! Por isso Helena, há tanta polêmica em torno disso tudo.

 Basicamente transgênicos são organismos que tem a sua genética modificada em laboratório. não apenas as plantas, mas todos os organismos, incluindo animais. A transgenia permite transpor a característica de uma espécie para outra, introduzindo o gene de uma no DNA da outra .

Muda transgênica:  igual na aparência, mas potencialmente diferente no teor
Para entender melhor, é bom lembrar que a muda de uma planta, obtida por ramos ou folhas de um vegetal, são resultado de uma clonagem, claro que de uma mesma espécie e de maneira natural. Já a modificação feita pela transgenia mistura espécies, através dos genes.

Qual o objetivo disso? Nas últimas três décadas os países estão investindo muito nessa pesquisa. O argumento é "do bem", tentando melhorar o organismo, tornando uma planta mais resistente à uma praga ou um alimento mais nutritivo. Digamos que a laranja pode ser cultivada com teor mais elevado de vitamina C!

Até aí, tudo bem. Mas a mesma técnica que permite que um cultivo seja resistente a determinadas doenças e pragas, evitando o uso de agrotóxico, tão perigoso para a saúde humana, também pode ser usada para o oposto, tornando a planta resistente ao agrotóxico e fazendo com que esse veneno seja usado cada vez em maior quantidade!

Custa crer, mas é verdade. Apenas para se ter uma idéia do interesse no uso da transgenia - assim como da clonagem- para ganhar dinheiro, basta examinar as estatísticas dos grandes investimentos nesse tipo de pesquisa nos últimos trinta anos! Vamos verificar que pertencem a empresas privadas, inclusive grandes multinacionais da indústria farmacêutica ou que fabricam agrotóxicos ou defensivos agrícolas. Qual o interesse dessas grandes empresas que exploram o capital, em pesquisas genéticas?

Assim temos denúncias de alimentos transgênicos resistentes a agrotóxicos, quando deveria acontecer o contrário! Ou seja, ao invés de investir na saúde, estaríamos investindo na doença, em nome do lucro e da rotatividade!

O uso indevido da manipulação genética pode causar danos gravíssimos ao meio ambiente e ao ser humano, como no caso de plantas modificadas que recebem um gene resistente a antibióticos! Ou a ingestão de alimentos modificados poderia levar as bactérias do intestino humano a ganhar essa resistência aos antibióticos, enquanto diminuiria a capacidade imune do organismo.

Esse processo também é acusado de criar reação nas plantas , que acabam por provocar alergia no ser humano - e coincidentemente, de fato, a população humana sofre cada vez mais desse mal, tornando-se intolerante a uma quantidade cada vez maior de alimentos.

As espécies de salmão existentes - de rios e do mar - em comparação
com o salmão transgênico: até três vezes maior. A FDA americana garante
que  não há riscos em seu consumo, pois a modificação seria apenas no
ciclo hormonal do peixe, embora haja receio de que caso entre em contato
com o meio ambiente essa nova espécie possa favorecer a extinção das
demais, que já podem ser consideradas ameaçadas

É preciso pensar - e muito - sobre os danos no ambiente e no futuro de todas as espécies naturais com  a aplicação dessa modificação por interesses pessoais ou sem o devido planejamento: a biodiversidade pode ser afetada. Em áreas de cultivo selvagem ( onde não há necessidade de manejo para a terra produzir a planta, como no caso de milharais, por exemplo)o pólen de um transgênico poderia contaminar a área, fecundando espécies nativas. E sem biodiversidade, as consequências poderão ser desastrosas para produções futuras.

Como você pode ver, a questão não é simplesmente ser contra ou a favor dos transgênicos, mas saber de que maneira e sob que controle eles estão sendo aplicados. Transgenia e clonagem podem construir um mundo melhor se houver controle de sua utilização, com expressa proibição de seu uso com finalidade particular ou empresarial, mantendo-se uma fiscalização rigorosa e punindo severamente os casos irregulares ou atividades ilegais no uso de pesquisas.

Afinal ninguém quer viver em um mundo onde os alimentos matam quem os ingere e os porcos ganham dois lombos para dobrar a indústria de carnes. Já sofremos as consequências do uso de hormônios nas aves - frangos levam um terço do tempo para ganhar o tamanho adulto - e de anabolizantes, como bensonato de estradiol,  na carne bovina. Uma situação desse porte interessa apenas a quem quer um grande lucro a curto prazo e à indústria da saúde, como a farmacêutica e os que exploram  atendimento médico com o aumento da fragilidade física humana. Mas apenas por enquanto, porque nem mesmo a esses setores haverá futuro se a situação não for controlada!

Sabemos todos que o mundo está cada vez mais populoso e que a fome ainda é uma realidade em grande parte dele. Mas querer resolver um problema criando outro - que pode colocar toda a humanidade em uma grande saia justa de estragos futuros - não pode ser uma alternativa!

É preciso buscar novas políticas que permitam que haja sustentabilidade e para isso é preciso mudar a mentalidade de que o capital está indelevelmente ligado à destruição do meio e à exploração do homem.Uma mudança que deve acontecer em todos os níveis, a partir do meio familiar e educacional. Essa ampliação da visão  para uma sociedade que gere capital sem alto custo social  é um desafio comum para população e dirigentes do mundo todo, que já promovem encontros para discussão de novas políticas, como a ambiental, ainda que o consenso esbarre na crença de que economia seja sinônimo de depredação e exaustão do planeta! (Mirna Monteiro)



terça-feira, novembro 09, 2010

TORTURA AINDA ANISTIADA

"(...) Tanto tempo depois querer punir torturadores? Pq não puniram antes? (...) Devemos esquecer o passado e partir para nova vida, sem rancores (...)" (Santos G.)

"Gostaria de saber a opinião sobre o processo de militares que teriam cometido tortura na ditadura (...) não eram muitos e só alguns são responsabilizados ( ...)e essa demora? (L.K.A)


Aqui vocês fazem referência  à ação do Ministério Público Federal em São Paulo, que ajuizou ação civil pública que estabelece a  responsabilidade civil de quatro militares reformados em atos de tortura e desaparecimentos forçados durante o período da ditadura militar. Obviamente não significa mera retaliação ou  exploração de um passado, mas sim uma importante ação para preservar no futuro a repetição de erros inadmissíveis - e que historicamente nunca foram punidos.

É possível esquecer o passado? Veja bem, existe uma diferença entre libertar-se do passado e  permitir que  a vida flua no presente, "sem mágoas e sem rancores", como diz Santos em sua pergunta, e fazer "vista grossa"a ações que perpetuam os erros e que podem afetar a sociedade no futuro. O passado só pode ser deixado para trás quando não exerce danos ao momento atual ou futuro!

No caso dos torturadores não há justificativa para a ausência de punição. Anistiar ações políticas tem lógica e é uma ação necessária. Mas a tortura não pode ser interpretada como ação política! Não passa de um crime comum e hediondo!

Para tornar ainda mais hediondo o ato de torturar, pessoas que abusavam da permissividade da violência chegaram a torturar bebês, o auge do sadismo, objetivando causar maior sofrimento ainda aos pais presos políticos, em atos de barbarismo que eram patológicos, oriundos de psicopatias, crimes comuns camuflados pela  capa de ação política!

 Vítimas da tortura, quando sobrevivem, jamais se recuperam totalmente, principalmente dos danos emocionais.

Por que pessoas que torturaram e usaram de extrema violência ficaram livres, como pergunta Leandro?  Por  responsabilidade de nosso Congresso! Como em tantos casos que tornam  a Justiça "relativa" o problema  é o texto da lei! Ele foi criado pelo presidente João Figueiredo, em 1979, e encaminhado ao Congresso, que apenas aprovou a Lei da Anistia depois de 32 dias de greve de fome de presos políticos. Parte dos parlamentares bem que tentaram aprovar uma emenda ao projeto original que a anistiava total e irrestritamente, excluindo os crimes comuns e hediondos, mas não conseguiram, a emenda não passou!

Em abril deste ano o STF negou por sete votos contra dois a ação da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB , que pedia a revisão da Lei da Anistia. Os ministros do Supremo consideraram a abrangência da lei - "ampla, geral e irrestrita", o que, teoricamente, incluiria a anistia a torturadores e agentes públicos que tenham cometidos crimes durante a repressão política ou o período da ditadura.

Essa decisão foi chocante, pois sabemos que mesmo as guerras possuem seu código de honra e abusos denunciados devem ser punidos. O ministro Ayres Brito, que votou a favor da mudança na Lei da Anistia, argumentou coerentemente  que "quem redigiu essa lei não teve a coragem, digamos assim, de assumir essa propalada intenção de anistiar torturadores, estupradores, assassinos frios de prisioneiros já rendidos"!

Ricardo Lewandowski, o autor do segundo voto a favor da mudança, argumentou que a lei não englobaria agentes públicos que cometeram crimes comuns e que esses delitos devem ser analisados "caso a caso".

Por essas e outras, mais de trinta anos depois, ainda se discute o assunto e se busca a Justiça. Isso porque mesmo que seja tardiamente, é preciso punir os abusos de crimes em circunstâncias de conflitos políticos e  guerras, como no caso do Nazismo, que também teve a truculência de militares e grupos policiais julgada como crimes hediondos. (AC)

terça-feira, novembro 02, 2010

A INTOLERÂNCIA QUE AMEAÇA A VIDA

A iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, que movimentou  a opinião publica mundial ao ser condenada à morte por apedrejamento sob a acusação de ter tido relações sexuais após a morte do marido, poderá ser executada amanhã, segundo o Comitê Internacional Contra o Apedrejamento. 

Se isso acontecer, o Irã retrocede aos tempos de barbarismo e mantém-se na listagem dos países intolerantes e sem interesse de integração global, como Israel ou a Coréia do Norte, entre outros. Esses países insistem em ações que  horrorizam a humanidade, em claro desprezo pelas leis internacionais de direitos humanos. 

No caso do Irã, o presidente Mahmoud Ahmadinejad deu demonstrações da intenção do país em criar novas fontes de tecnologia, inclusive utilizando os recursos de usinas nucleares, como grande parte do mundo. No entanto sofre oposição ferrenha dos EUA, que quer impedir o acesso do Irã à tecnologia nuclear  sob alegação de que o objetivo é bélico. 

Essa questão foi acirrada com a divulgação do caso de Sakineh. Presa há quatro anos, há denúncias de que  ela vem sofrendo torturas, após o adiamento de sua execução por apedrejamento, devido a grande pressão internacional. Seu filho e o advogado também teriam sido presos em Tabriz, onde Sakineh está aprisionada, juntamente com dois jornalístas alemães, desde 10 de outubro passado.

O argumento do Irã é de que a execução da mulher por apedrejamento é parte integrante da cultura religiosa e das leis iranianas. Talvez para justificar a execução, surgiu uma nova acusação, a de que Sakineh teria planejado a morte do marido, o que tornaria o suposto crime semelhante ao padrão ocidental de gravidade legal.



O drama dos palestinos em Gaza é um exemplo do
 desrespeito às leis universais dos direitos humanos
O Irã reclama que a pressão sobre esse assunto, que seria de ordem interna ou de legislação, está sendo provocada para colocar a opinião publica internacional contra o país e assim fortalecer o impedimento de tecnologia e matéria-prima para as usinas nucleares iranianas.

E tem razão, no caso da opinião internacional! Ora, como pode o Irã convencer o mundo de que pretende energia nuclear unicamente para finalidade pacífica, quando mantém métodos bárbaros e primitivos na cultura do país? Quando chega ao cúmulo de imobilizar mulheres para que sejam covarde e lentamente assassinadas por pedras arremessadas em nome de razões duvidosas, transformando o próprio povo em assassinos potenciais?

A África e a cobiça que desorganizou as etnias e continua
matando através da violência ou dla fome
Essa intolerância, mesmo sendo histórica, ressoa no mundo globalizado de maneira dramática. É também 
o caso de Israel e os abusos na Palestina, com os atropelos dos direitos humanos, a mesma imagem refletida no cenário mundial mostra as distorções a que populações são submetidas à deriva dos acordos internacionais que se baseiam em leis universais, ou seja, que teriam como origem o respeito  à vida acima de qualquer padrão cultural ou crença religiosa. 

É o caso da Córeia do Norte, que convive com disparidades, da China, que ainda utiliza rigor exagerado na pena capital, na briga étnica da África, que é estimulada pela depredação territorial e moral de países desenvolvidos em busca de riquezas minerais e que provoca mortandade e fome inaceitáveis para um mundo que pretende organizar-se em favor da vida e da natureza.

A intolerância que se nega a reconhecer o direito do semelhante é condenável em qualquer circunstância, pois atropela direitos e fragiliza a ordem mundial, que depende de harmonia para garantir a continuidade da vida e do futuro da humanidade. (Mirna Monteiro)

segunda-feira, novembro 01, 2010

NOVAS PERSPECTIVAS

Com a vitória de Dilma Rousseff não apenas a imagem do Brasil fica fortalecida como ambiente democrático, mas também o mundo ganha mais um exemplo de novo potencial para solução de problemas emergentes de sobrevivência futura, em novas políticas que têm como preocupação principal a melhoria da qualidade de vida e organização social.

A primeira presidente mulher do país entretanto, deverá enfrentar mais do que os usuais problemas do Estado, ajudando a gerenciar a questão da aceitação da figura feminina em cargos de alta responsabilidade política e administrativa. A mulher encontra ainda muita limitação como presença nas esferas de poder e isso teria sua origem no fato de que apenas 4% da riqueza do mundo está em suas mãos. É preciso considerar o peso que este fato acarreta, unido ao conservadorismo que também predomina.

Apesar de lento, o processo de ascensão das mulheres ao poder político acontece em várias partes do mundo. Isso pode ser explicado também como um processo natural que parte da necessidade da renovação administrativa dos recursos e das políticas sociais, em uma sociedade saturada por modelos que não funcionam mais no novo contexto mundial.

A mulher via de regra oferece uma política mais sensível a questões sociais e isso pode ser verificado inclusive em países extremamente conservadores. Benazir Bhutto por exemplo conseguiu exercer o cargo de primeira-ministra do Paquistão por duas vezes - 1988 a 1990 e 1993 a 1996. Foi assassinada quando era candidata a presidência, em 2007. A intolerância porém não impediu que sua atuação influenciasse de maneira profunda a mentalidade do país, apesar do radicalismo permanecer aparentemente intacto.

Em países europeus onde a mulher começa a assumir altos cargos de decisão política, existe uma aparente naturalidade na aceitação desse processo. No Brasil, onde as mulheres ocupam cargos políticos em história recente ( a partir dos anos 80 intensificou-se a procura feminina pelo voto. Mas em 1928 Alzira Soriano elegeu-se prefeita do município de Lajes, no Rio Grande do Norte, ganhando o recurso judicial sobre a proibição de mulheres em cargos públicos) ainda existe muita oposição.

Para parte dessa população que ainda não assimilou as mudanças inevitáveis do desenvolvimento da informação e da inteligência política, a vitória de Dilma Rousseff representaria a continuidade do governo do presidente Lula, como se o fato da Presidência da República ser de responsabilidade feminina implicasse em mera "figura de cena".

Apesar do excelente governo de Lula, de sua postura de respeito ao país e de seu apoio a Dilma Rousseff, esse posicionamento é fantasioso e mostra apenas a relutância em aceitar a capacidade política a administrativa da mulher, que no entanto vem provando ser extremamente coerente com a nova realidade e os grandes desafios sociais e econômicos.

Surpreendentemente não é apenas a população masculina que reage ao fato, mas também mulheres. Quando foi anunciada a vitória de Dilma Rousseff  ficou evidente que ainda existe um longo caminho até que a mentalidade conservadora e antiquada - sugestionada por séculos de tentativa de manipulação da inteligência feminina através do cerceamento cultural, seja enfim arejada, reconhecendo que o potencial humano supera as barreiras culturais! (Mirna Monteiro)





sábado, outubro 30, 2010

COMO É DIFÍCIL VOTAR...

"(...)Da maneira como está, se é que está, então não dá para confiar em nenhuma informação? Discordo dessa postura, é preciso confiar em fontes de informação"

Certo, é preciso confiar em fontes de informação...confiáveis! Eu pergunto: de que adianta você obter uma informação que é manipulada, ou completamente falsa, sem fundamento na realidade?

Todos nós sabemos como é dolorida a impressão de que não se chega à verdade. Dói muito também sentir que somos manipulados, sem chance de opinião ( já que a opinião será baseada em fatos e visões distorcidas da realidade), mas isso acontece em todos os setores da mídia.

Para vender um produto, é preciso convencer o consumidor, não é? Pois para conseguir votos, também! O maior problema não é essa arte do convencimento, mas a baixaria que invade a privacidade alheia e pisoteia a ética, desrespeitando o consumidor, no caso do marketing comercial, ou o eleitor, no caso do marketing político.

Não adianta "tapar o sol com a peneira", temos de enfrentar essa distorção e arrumá-la. Se para quem vende produtos de consumo existem limites e regras - como a exigência de qualidade e veracidade na informação do produto divulgado - por que é que não há esforços da sociedade em também exigir responsabilidade dos políticos e de seus partidos na campanha?

Ética é ética, não pode ser dispensada. Respeito é fundamental!



"Tenho 17 anos e vou votar pela primeira vez (...) é muito complicado, não entendo nada, cada um fala uma coisa!"

"Vou votar pela primeira vez este ano, mas não tenho paciência para assistir programas politicos, nem ouvir discursos, que é que eu faço, chuto?"

Que dureza, não é André? E Marcella, não "chute" opção de voto, por favor, você estará arriscando seu futuro. Errando ou acertando, o importante é tentar votar com o máximo de consciência.

Como fazer isso? Difícil, mas não impossível. Primeiro: não vá na conversa de ninguém. Não confie apenas em uma fonte de informação, ou no seu professor ( para começar, Marcella, o professor de seu cursinho errou feio, pois manipulou informações aos alunos ao discursar sua opinião e omitir dados históricos de todos os partidos. Não há um partido "bicho-papão", existe um sistema viciado que precisa ser mudado) ou em quem quer que seja.

Leia o máximo de informação possível, em fontes variadas, com crítica, ou seja, observe as contradições, as "forçadas de barra" etc e tal. Estude história, pelo amor de Deus, sem conhecer o passado é impossível planejar acertos futuros!

Tá com preguiça? Se vocês não vencerem essa resistência contra a pesquisa de várias fontes e opiniões, além do registro histórico de nosso sistema político e sacar os interesses que envolvem o país, que são diferentes de interesses individuais dos políticos, vão acabar frustrando o voto.

Lembre-se, voto deve ser consciente, pensando-se no equilíbrio coletivo e não em paixões individuais.

sexta-feira, outubro 29, 2010

E-MAILS ELEITOREIROS INVADEM CONTAS

"Estou impressionada com a quantidade de e-mails que eu recebi e também pessoas conhecidas, como conseguem o endereço?(...) (Lia-BA)


"(...)Não falam de programas de governo,mas agridem a candidata Dilma ou falam mal do governo atual dizendo que sustenta vagabundos com o bolsa-familia(...)Não entendo de política mas isso não é crime,espalhar difamações? (PY)

Parece estar havendo surpresa geral na quantidade de e-mails com finalidade eleitoreira, invadindo inclusive a privacidade das contas. Aparentemente esses e-mails são programados, ou seja, automáticos, multiplicando-se  como "spam"no mundo virtual, sempre trazendo mensagens que visam denegrir a imagem do oponente - neste caso as denúncias mostram que a vítima é a candidata com maior intenção de votos, Dilma Roussef.

Como conseguiram seu endereço de e-mail, Lia? Há várias formas de invadir a privacidade de alguém. O próprio governo de São Paulo possui dados cadastrados de diversas fontes e esses dados podem ser corrompidos. Mas nem é preciso ir tão longe: existem empresas que se dedicam a vender e-mails, inclusive na forma de "kits econômicos" de pessoas físicas e jurídicas, onde 480 milhões de e-mail  são comercializados.

Essa prática vem substituindo a  antiga "mala direta" enviada pelo correio e os folhetos jogados nas casas e ruas. Para saber como esse esquema foi montado é preciso seguir a sua origem e para isso há necessidade da ação de autoridades competentes.

Quanto a dúvida a respeito de ser ou não ser crime a difamação, sim, obviamente é crime! O Capítulo V do Título I da Parte Especial do Código Penal Brasileiro trata dos "Crimes contra a Honra". Nem há necessidade de extrema grosseria ou gravidade para uma calúnia, boato ou fofoca ser enquadrada em crime, bastando que fique comprovado o fato de que houve danos à vítima. Há precedentes de punição até mesmo de fofoca em uma escola pública, que prejudicou uma professora.

O problema parece ser realmente a maneira como os boatos são planejados, de maneira a isentar aqueles que estariam envolvidos. No caso do PSDB, o argumento é que as difamações partem de filiados e não da cúpula do partido...

Como se vê a alternativa é desconfiar de toda informação que chega sem ser publicamente assumida, ou seja, se for na calada, no anonimato da internet, convém buscar informações confiáveis antes de acreditar nelas e acabar sendo vítima de uma manipulação grosseira.

quarta-feira, outubro 27, 2010

PANCADARIA PROGRAMADA

Reuniões ou caminhadas do candidato José Serra, nesta sexta-feira, poderão culminar com uma grande confusão, onde pessoas ligadas ao PSDB e DEM vestirão a camisa dos  militantes do Partido dos Trabalhadores -PT, para depois partir para agressividade extrema. Este foi o teor da denúncia da filósofa Marilena Chaui, que afirmou saber de um teatro de pancadaria como parte da investida contra a candidata Dilma Roussef.
Em entrevista à Rede Brasil Atual,  Marilena Chauí declarou que a promessa dos participantes da suposta armação seria de "tirar sangue",  durante o encontro do Tucano  nas  ruas. Tudo deveria acontecer sem que a campanha petista tivesse tempo de responder. 
A maneira como seria iniciado o tumulto foi descrita por dois homens, que disseram estar tudo pronto para reunir um grupo vestido com camisetas e bandeiras do PT, que teria por função atuar com grande violência.

O intuito seria sugestionar a opinião pública às vésperas das eleições, de maneira a criar um clima de revolta contra o PT e tentar melhorar as chances do PSDB nas eleições.  O grupo esteve reunido em um bar de São Paulo no último final de semana. "É preciso alertar a sociedade brasileira, alertar São Paulo e alertar os petistas", pediu Marilena.
Se considerarmos situações vivenciadas recentemente - como o incentivo à violência verbal e difamação ocorrida durante reunião do PSDB e DEM em Brasília, logo no início da campanha do segundo turno, e a remessa em massa de e-mails acusando a candidata Dilma Roussef ( comprovados por jornalistas que receberam esse tipo de comunicado), vivemos  nesta campanha uma investida irresponsável e inaceitável do PSDB e DEM...ou de seus militantes. 
Torna-se extremamente ofensivo para a população um tipo de ação que ao invés de utilizar programas de governo e esforço no sentido de sanar os problemas brasileiros, utiliza violência e intrigas, justamente as ações que se pretende combater no país e no mundo, dentro da  perspectiva de se obter maior qualidade de vida, com um governo que atue com responsabilidade e um Congresso "purificado" dos atos de corrupção! (AC)


MÉDICOS RARAMENTE ESCLARECEM SOBRE RISCOS DE INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA

"Fiz tratamento para a depressão e o psiquiatra me indicou receitas manipuladas (...) ninguém me informou sobre os riscos de alguns medicamentos ingeridos ao mesmo tempo, passei muito mal e exijo reparação (...) ( Amanda Rocha)
Isso acontece com maior frequência do que se imagina: o paciente não sabe nada sobre interação medicamentosa, ou seja, o resultado no organismo depois da ingestão de medicamentos diferentes, e não é informado pelo médico...que muitas vezes desconhece boa parte dos resultados da influência recíproca das drogas.
Esse é um problema considerado gravíssimo por especialistas e é ocasionado pela crescente variedade de fármacos no mercado. Alguns profissionais alegam que basta ao paciente ler a bula, que traz informações a respeito.
No entanto a maioria das pessoas não lê a bula. No seu caso, Amanda, sequer há bula: os medicamentos manipulados, principalmente psiquiátricos, não trazem informações adicionais. E hoje grande parte dos profissionais receita substâncias para manipulação direta nos laboratórios.
O paciente precisa exigir de seu médico uma orientação clara e detalhada de outras substâncias que podem interagir com a fórmula receitada. Isso é tão importante quanto o tratamento em si! Anote as substâncias de risco (até mesmo a aparentemente inocente aspirina pode causar problemas se ingerida concomitantemente com outros medicamentos) e siga à risca, pois um erro na ingestão pode ter consequências graves!

sábado, outubro 23, 2010

IMPRENSA, LIBERDADE E ÉTICA



O Brasil conseguiu maior liberdade de imprensa nos últimos anos, revelou um estudo que pesquisa países do mundo, realizado pela  Organização Não Governamental Repórteres Sem Fronteira. O país subiu 12 posições, o 58ª lugar entre os países mais livres.


Isso quer dizer que nunca houve antes tanta liberdade de noticiar acontecimentos e expressar opiniões. Mas há uma amarra ainda difícil de ser eliminada: a censura da própria mídia! Isso quer dizer que o próprio orgão de informação determina a censura de sua publicação, submetendo o profissional de jornalismo a constante pressão para não publicação de fatos que não interessam ao grupo ou expondo o profissional a uma condição de "cúmplice" em publicações parciais ou ainda sugere a distorção dos acontecimentos, de maneira a favorecer os interesses políticos ou econômicos da empresa. 


Esta é uma realidade raramente exposta...ou pelo menos timidamente denunciada. Graças à internet é possível encontrar hoje uma variedade de opiniões desvinculadas da pressão do empregador. Mas também em termos: todos os orgãos de imprensa correram a reproduzir no espaço virtual o trabalho já realizado na imprensa escrita, falada e televisionada. O que quer dizer que se o ciberespaço permite a liberdade de expressão e a veiculação dos fatos sem as amarras dos interesses de grupos de poder políticos e econômicos, também abre igual oportunidade de espaço para a mídia comprometida. 


De qualquer forma a internet permite uma democratização da informação, com a manutenção da liberdade...pelo menos por enquanto! Na pesquisa do RSF, um dos fatores que pesaram na melhoria do Brasil como imprensa livre foi a internet. O brasileiro é um dos povos que mais utiliza o mundo virtual para a informação e expressão.


Em tudo isso resta lembrar um fator fundamental: tão importante quanto a liberdade da imprensa e da expressão é a responsabilidade no levantamento das informações e dos fatos. Imprensa livre não é bagunça, nem permissão para   "se falar o que quiser",  fazer denúncias falsas ou publicar informações deturpadas. 


A livre imprensa, em um país de livre expressão, não funciona sem a responsabilidade e a ética. A internet não é uma "terra sem lei" , como o velho oeste americano. Existem regras claras e ninguém consegue operar qualquer contato virtual de maneira totalmente anônima. Isso está fora de questão diante da necessidade da fiscalização para cumprimento da lei. A Justiça precisa fiscalizar os abusos e crimes da mesma forma que no mundo imediato! 


A Imprensa deve  garantir a preservação da verdade e do interesse público e não a disseminação de boatos ou a verdade distorcida. Portanto o comportamento moral e ético está indelevelmente ligado à liberdade de imprensa!  (Mirna Monteiro)


leia também:  
http://leiamirna.blogspot.com/2010/09/afinal-o-que-e-liberdade-de-imprensa.html


http://leiamirna.blogspot.com/2009/08/imprensa-politica-e-confianca.html







segunda-feira, outubro 18, 2010

ALIANÇAS E CONTRADIÇÕES PARTIDÁRIAS

"Não entendo a Marina Silva e o PV (...) ela não era do PT? (...)eles conseguiram votos porque tinham ideologia parecida com o PT, eu mesmo votei nela pensando nisso. Como é que depois da gente confiar o Partido Verde diz que ia apoiar o PSDB que era inimigo politico? Me explique se puder"(Solemar -SP)


"A Marina não era defendora da ecologia?(...)É só interesse próprio,que acontece?(...)Valorizo muito meu voto e não gosto de ser manipulado,estou assistindo todos os debates" (W.L -BH)

Marina Silva era do PT, mas aceitou convite para integrar o PV. Ela era ministra do Meio Ambiente, mas ao sair em maio de 2008, argumentou que sentia dificuldades de setores do país para cumprir agenda ambiental federal e que só conseguia o cumprimento com a interferência pessoal do presidente Lula.

A "neutralidade" anunciada pelo Partido Verde nas eleições é no mínimo estranha e decepcionante para um eleitorado cansado de artimanhas eleitorais e que busca definições claras na política do país. Até o momento a idéia popularizada do PV  seria a de um partido desvinculado de interesses de grupo de poder, basicamente calcado em aspectos ideológicos e éticos. Por esse motivo a disposição em apoiar o PSDB - partido com proposta contrária aos interesses desta ideologia e que integrava os estados que não cumpriam com a agenda ambiental federal - causou polêmica e obrigou o PV a retroceder para evitar confronto com o eleitor.

No entanto a omissão de um apoio, após uma pretensa "avaliação programática" ( Marina Silva apresentou uma série de exigências a Dilma Roussef e a José Serra) soa como uma "omissão estratégica", como se houvesse intenção de agradar gregos e troianos, o que em matéria política não repercute positivamente.  O eleitor brasileiro, cansado do teatro de promessas vazias, quer clareza e realidade nos seus representantes políticos.

Mesmo considerando que Dilma  Roussef e o Partido dos Trabalhadores apresentaram um compromisso claro em relação ao programa proposto pelo PV e que o PSDB teria "negligenciado aspectos importantes em troca de seu apoio"( declaração textual de Marina Silva) , não houve a  definição de apoio anunciada. Na opinião geral de cientistas políticos a indefinição de Marina Silva não a favorece politicamente, principalmente se a intenção for a disputa da Presidência da República no futuro. (AC)

sexta-feira, outubro 15, 2010

PROFESSORES E SUA COMEMORAÇÃO

No Dia do Professor há mais críticas e discussões do que comemoração da profissão, neste 15 de outubro. Os motivos são vários, mas em São Paulo sobram reclamações de falta de investimento na educação, em prédios, na qualidade da merenda e principalmente na segurança das escolas estaduais.

Provavelmente, entre os muitos pesares, a situação que mais preocupa o ambiente escolar é a violência. Os estabelecimentos escolares não possuem estrutura de segurança e tanto os professores como os alunos ficam vulneráveis à ações marginais. 

Absurdos que se tornam rotina não estão recebendo das autoridades estaduais uma ação eficiente: professores chegam a ser agredidos dentro da escola ou à saída dela, por alunos insatisfeitos com as notas ou irritados com a postura do profissional em sala de aula!

A violência torna-se generalizada dentro da escola, mas também arrasta diferenças e problemas para fora dela, ou seja, situações criadas entre alunos e professores acabam em perseguições e agressões. Professores recebem ameaças de alunos até pela internet.

Embora vivenciado realidades diferentes conforme a área da escola, entre outras diferenças como horário das aulas, faixa etária e realidade sócio-cultural dos alunos, não seria exagero afirmar que os professores de hoje enfrentam uma realidade  inesperada, que exige além da formação acadêmica capacidade em lidar com circunstâncias sociais e problemas emocionais dos alunos e de seus pais.

Câmeras de um shopping registraram a agressão de um sujeito, pai de aluno, à mãe de um colega de seu filho. Mesmo sem conhecer o agressor, a mulher foi abordada a tapas e pontapés, na frente das crianças e sem ter como se defender da agressão. O motivo: ela havia exigido que o menino, filho do agressor, parasse de persegui-lo e humilha-lo, em clara ação de bullying. O garoto reclamou com o pai, que simplesmente se enfureceu contra a mãe do aluno que estava sendo vítima de agressões...

Entende-se que viver em contato com pessoas sem controle, que ensinam os próprios filhos a agir com violência, compromete a capacidade de ensino de um professor. Talvez seja este o maior desafio para a categoria enfrentar na sua rotina! (MM)


quinta-feira, outubro 14, 2010

HISTERIA E JUSTIÇA FRAGILIZADA

"Estou sinceramente impressionada com a frequência de casos de crianças que estão sendo agredidas e assassinadas pela própria família. Parece que chegamos a um ponto trágico da sociedade. Sou professora há 30 anos e vejo que estamos perdendo o controle do nosso meio por falta da coesão familiar(...)" (prof. Iria C.)
"(...)e quando vi essa noticia da mãe que jogou o bebê no rio tive certeza de que é mesmo o fim do mundo(...) e ainda tem quem desdenhe a Biblia (...) (Yolanda Russomani)
"(...)é repulsivo o desleixo da nossa justiça, que justiça,cadê justiça?(...)Por isso os crimes aumentam e pais e mães matam filhos(...)é revoltante" (Arlindo)
"A justiça não precisa de limpeza apenas na maquina do judiciário mas EM SUA RAIZ,a investigação deveria ser extensiva a formação do aluno em nossas faculdades enlatadas que ensinam a limitar a justiça,essas faculdades de meia-tigela que viciam o aluno no sistema,afirmando que as coisas são assim e não podem mudar(...) (Jorge B.)

Os casos de violência contra a criança aumentaram e realmente a constatação de que até a própria mãe está sendo agente dessa agressão assusta. Será que isso é demonstrativo de que está havendo uma perda gradativa da capacidade do instinto maternal, que é o de preservar a vida, principalmente de sua prole, a qualquer preço? Ou é uma questão de enfraquecimento dos valores que mantém a agressividade humana sob controle?
 Yolanda, há contradições na Bíblia da mesma forma que sempre houve contradições na sociedade humana. Não é possível responder ao seu questionamento de maneira suscinta, pois isso implicaria em discussões teológicas.
Parece não haver dúvida de que a sociedada humana enfrenta um momento de grande tensão e mudanças em que é evidente a existência de um processo de histeria coletiva. A perda dos limites, concordo com você, também está relacionada à inexistência de valores morais e comunitários.Arlindo e Jorge tocaram em um aspecto determinante: não é possível frear a violência sem controlar a corrupção e não há como chegar a algum resultado prático sem reavaliar o nosso sistema judiciário, que também está sendo vítima da corrupção sistêmica.
Situação impossivel de ser admitida. A sociedade exige uma relação clara de responsabilidade  em todo o seu conjunto. Mas o sistema judiciário é o principal recurso das sociedades para evitar o caos social e qualquer fragilização nesse sistema compromete o equilíbrio minimo necessário para a convivência comum produtiva.
O que a violência tem a ver com a corrupção ou a limitação da Justiça em nossa sociedade?
Não há como controlar o desequilibrio em todos os setores de uma comunidade, sem um organismo judiciário sadio e forte, absolutamente - e rigorosamente - dentro dos princípios da Justiça. Inclusive na dura questão do prazo para julgamentos de processos e punição.

Veja matéria abordando outro aspecto dessa violência:
  http://leiamirna.blogspot.com/2011/04/violencia-sem-limites.html

terça-feira, outubro 12, 2010

ENFRENTANDO A VIOLÊNCIA

O aumento da violência obriga a um novo aprendizado: como evitar tornar-se uma vítima! De acordo com as estatísticas, todas as modalidades de  violência cresceram, de assaltos e furtos, exageros no trânsito, crimes passionais, estupro,  agressões e assassinatos de mulheres e  crianças. 


Evitar tornar-se uma vítima da violência exige uma série de cuidados que a maioria das pessoas não observa. Essa realidade facilita a ação de marginais. Muitos crimes são cometidos de improviso, quando as vítimas estão distraídas e oferecem uma oportunidade para a ação.


É preciso lembrar que os mecanismos existentes para a proteção do cidadão - como o aparato policial e equipamentos de segurança - não dispensam o fator mais importante: os cuidados do cidadão para dificultar a ação marginal.


VÍTIMA DIFÍCIL


Vítima difícil é aquela que reconhece o ambiente e antecipa as possibilidades de risco. Grande parte das situações de violência, seja em furtos e assaltos, seja nos casos de mortes no trânsito ou nos crimes passionais, mostram sinais de risco antes de ocorrerem.


NO TRÂNSITO


- Evite deixar objetos dentro do veículo estacionado.
- Quando estiver em movimento mantenha a porta travada; em cidades, deixe o vidro levantado.
- Cuidado com parada em semáforo e em vias preferênciais: prefira sempre ficar no centro da rua ou avenida.
- Evite atrito com outros motoristas. Ultrapassagens irritadas e xingamentos podem terminar com perseguição e tiros (esse absurdo está se tornando comum). Afinal, você nunca sabe quem está na direção do outro veículo!
- Se estiver dirigindo em estrada e tiver algum problema - como um pneu furado ou algum dano provocado por objetos, não pare de imediato: continue rodando o máximo possível, de maneira a afastar-se alguns quilômetros do local do impacto.
- Fique atento. Caso observe algum afunilamento da pista com objetos talvez seja melhor parar no acostamento e observar. Pode ser alguém em apuros, mas também pode acontecer desse recurso ser utilizado por quadrilhas que interrompem o trânsito. 


NA RUA


- Quando for caminhar em praças ou vias públicas prefira sempre ir em grupo ou em horários de maior movimento. 
- Existe um consenso entre as autoridades de segurança a respeito de valores: como pedestre não devemos portar valores, mas também não se deve sair sem nada. Em caso de assalto, a frustração absoluta do marginal pode levar a violência.
- Observe sempre ao redor, veja se não há alguém com atitude de observação ou seguindo você.  Vire a esquina, atravesse a rua e mude o caminho se preciso, não custa nada prevenir.
- Quando for utilizar serviços bancários ou sacar dinheiro pessoalmente, lembre-se que alguém na agência pode estar observando os clientes para depois avisar cúmplices nas ruas. A abordagem desse tipo costuma acontecer com os assaltantes andando ao seu lado ou surpreendendo com uma moto, no caso seguindo seu carro.  Há casos em que a pessoa é seguida até a residência, quando então é assaltada.
- Ao sair e entrar em sua residência sempre dê uma olhada nas proximidades, principalmente no momento de abrir o portão para entrar com o veículo ( é a forma mais comum de assalto) . Caso perceba qualquer presença próxima, dê uma volta e se estiver em dúvida peça a policia para averiguar.


EM CASA


- Muros altos são perigosos por um motivo simples: uma vez que o bandido consegue entrar, a casa se torna um abrigo para ele também! A maioria dos bandidos presos por invasão declararam que preferem assaltar casas com muros altos! Lixeiras, relógios de luz e qualquer outra coisa que sirva de "escada" para os bandidos devem ser eliminados.
- Câmeras ajudam, instaladas de maneira estratégica. 
- A aparência mau cuidada da casa pode ser também fator de risco, pois indica negligência e facilidade de ação na interpretação do marginal.
- A existência de terrenos vazios ao redor da residência é fator de risco óbvio, pois os marginais podem pular muros se ser vistos.




RISCO DE ESTUPRO


Este é um crime que na maior parte dos casos acontece porque a vítima se descuida em hábitos rotineiros. A rotina, o mesmo caminho ao sair e voltar de casa, os hábitos em geral são um indicativo para o criminoso. 
- Lembre-se que nem sempre o estuprador é desconhecido, muito pelo contrário.
- Nunca fique sozinho com alguém que você não conhece o suficiente. Saia sempre com grupos de amigos e fique no grupo.
 - Caso conheça alguém ou mesmo que esteja namorando alguém conhecido, seja clara em relação aos limites. Muitas vezes o estupro acontece quando a mulher pretende apenas um namoro. Seja clara com o parceiro quanto a querer ou não transar antes.
- Tenha sempre algum dinheiro para emergência, como uma condução para retornar para casa.
- Há homens que interpretam o pagamento das despesas como uma espécie de sinalização para relacionamento. Cuidado com isso. Pague a sua conta.
- Homens e mulheres podem ser vítimas de drogas misturadas à bebida. Não aceite bebida já em copos e preste atenção se não há risco de alguém colocar drogas em sua bebida. Existem drogas que tornam a pessoa um verdadeiro robô, cumprindo ordens. Quando retoma a consciência, não há lembranças. 


sexta-feira, outubro 08, 2010

Alunos sem controle



"Tenho oitavas séries que me sugam a alma!"...lamentou a professora Márcia Junqueira, durante uma discussão sobre a dificuldade crescente de manter a ordem nas salas de aulas, principalmente nos anos finais do ensino fundamental.
O que está acontecendo? É correto afirmar que o comportamento de crianças e adolescentes na escola resumem a condição enfrentada pelo meio. Pais mais ocupados e ausentes impõe às novas gerações um tipo de "livre escolha" comportamental , que afeta não apenas a maneira de se comunicar com o mundo e os limites éticos na relação comunitária, como provoca uma incapacidade em lidar com os próprios sentimentos e potencial de aprendizado.
Os pais por outro lado recusam-se a assumir sua responsabilidade nesse processo, exigindo das escolas uma atuação mais ampla do que seria conveniente. Ensino privado, hoje, oferece horários integrais e atividades variadas, para pais que possam pagar o preço.  Os pais, por sua vez, sentem-se aliviados: precisam trabalhar ainda mais para pagar um alto preço para, além da educação, poder usufruir de serviços de uma "escola babá"! Consolam-se com o fato de haver atividades diversas, impedindo que a criança fique diante da televisão ou do computador, ou em atividades de maior risco, quando estão ausentes! 
Mas será que a escola, mesmo quando programada para ocupar o aluno além do currículo de aprendizado, pode substituir os valores que deveriam ser assimilados no contato familiar? 
Em gerações passadas a escola era um espaço
extremamente controlado


A gravidade da situação varia conforme a área de localização da escola e dos alunos. Em contato com uma realidade diária cada vez mais difícil, os professores tentam cumprir com as aulas antecipando a limitação de sua ação. 
"Eu ali, com paciência, tentando ensinar a turma um conteúdo, e aqueles alunos terriveis, de costas, gargalhando no fundo da sala. Os alunos da frente estavam interessados, mas não conseguiam ouvir, por conta do barulho que faziam. Joguei o livro sobre a mesa, e dei um berro com eles, eles se calaram, ficaram olhando pra mim."...O relato mostra que o aprendizado torna-se difícil pela própria heterogeneidade das salas. E que "falta freio" na maioria dos jovens que encaram a sala de aula de maneira displicente.
"Já gritei muito! Hoje fico olhando para tudo aquilo meio que angustiado" confessou outro professor. 
'" É preciso pressionar os pais dos alunos com o próprio ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)  pois nele existe um artigo que deixa bem claro que é responsabilidade dos pais ou responsáveis a conduta da criança ou do jovem e do seu rendimento escolar enquanto estes não alcançam sua maioridade", diz outra professora.
Lidar com essa realidade hoje exige dos professores maior preparo emocional e boa dose de psicologia para tornar adolescentes mais interessados no aprendizado. Caso contrário, vem a desistência. "Percebi que não vou aguentar por muitos anos. Há dias em que saio da escola com os nervos à flor da pele"...
"Eu leciono há 15 anos e percebo claramente que as classes vão se tornando mais difíceis a medida em que os pais são mais ausentes. Essas crianças estão habituadas a enfrentar em casa ou a indiferença ou a extrema violência. É preciso preparar os professores para essa realidade e criar mais contato com os pais", opina Márcia

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