quinta-feira, novembro 30, 2023

SEUS DADOS SEM PRIVACIDADE

Você quer registrar uma reclamação qualquer em algum lugar, digamos um restaurante, e para que "seja levado em consideração", precisa aceitar um cadastro com seus documentos, endereço, telefone, e-mail, etc. Até ao pedir um orçamento, pode ser de um medicamento, exame médico ou de um sapato, não importa, você é obrigado a fazer um cadastro com todos os seus dados. Ou talvez você queira comprar uma pizza e lá vem de novo o pedido de dados pessoais. 

Nos velhos tempos você comprava um produto na loja virtual ou em um site, pagava com boleto e esperava o produto chegar, confiando no vendedor. Agora o vendedor se acha no direito de saber tudo sobre a sua vida, para você pagar para ele. E se um produto de uma grande empresa que coordena vendas, como Mercado Livre por exemplo, "te der um cano", para você recuperar o dinheiro que pagou por um produto defeituoso e devolvido pode ter de fazer um cadastro que exige até sua foto.

O que as empresas de aplicativos também estão dando um jeito de conseguir, dificultando contatos e reclamações até obterem finalmente tudo sobre a vida do cliente, incluindo reconhecimento facial! Não, não estamos falando dos motoristas de aplicativo, que de fato precisam ser reconhecidos. Estamos falando de passageiros!

E as redes sociais, como o Facebook? Avisam que sua conta tem prazo para ser encerrada, a não ser que você entregue todos os seus dados reais e foto, mesmo que você mantenha um perfil decente de mais de uma década. 

Tem alguma coisa errada nisso tudo, certo?

Tem! Sob alegação de segurança (muito relativa), toda a sua vida é controlada, porque existe uma prática chamada "cruzamento de dados", onde um documento é complementado por outro, até que se consiga todo um mapeamento seu: seu físico, suas preferências de gênero, seu posicionamento político, sua alimentação, o que você consome, quais os exames de saúde, quais as suas doenças, enfim, tudo que você é! 

Por que isso acontece? Será mesmo que a entrega de todos os seus documentos é necessária?

Obviamente que não!

O que estamos vivendo caminha para o controle total da sociedade. Em uma democracia, isso não oferece tanto risco, apesar da enxurrada de anúncios que são feitos sob medida para você. Mas em governos neoliberais, onde tudo é privado e o cidadão perde a proteção do Estado que se tornou mínimo, o resultado pode ser o controle da liberdade do cidadão.

E como isso é processado? Vamos a um exemplo simples, que já é realidade crescente: você busca um emprego, mostra excelente capacitação técnica, mas por outros fatores, não revelados, como um problema de saúde ou uma opção política, facilmente encontrados no seu "mapa", você é excluído, sem entender porque! Ou digamos que resolva fazer um plano de saúde, mas a empresa cobra muito mais ou até resolva dispensar sua adesão, porque no acesso ao seu "mapeamento secreto" do cruzamento de dados, você teve problemas de saúde ou realizou exames demais...é, porque empresas de saúde não gostam de pessoas doentes.

Redes sociais como "X" ou Facebook precisam dissecar o sujeito por que? Já possuem e-mail e telefone do usuário. Para evitar robôs ou perfis que usam mentiras e publicações criminosas, há outros recursos. Para saber se o perfil é real, não há necessidade de radiografar a vida das pessoas, basta excluir esses perfis e deixar para a Justiça a investigação. 

Como essas  redes, Facebook, X e outras, vão usar os dados sensíveis de usuários, ninguém sabe. O mero comprometimento de "respeitar a privacidade do usuário" não é real, porque apesar da

questão legal existir, ela ainda é incompleta e não tem como impedir a venda dos dados  de usuários ou o uso deles, porque isso não acontece publicamente.


segunda-feira, novembro 13, 2023

"SÓ QUERIA ENTENDER"

 

 PARTE 1 

"(...) Estávamos todos discutindo sobre essas guerras absurdas e de repente surgiu uma dúvida (...) Afinal, se o Hamas surgiu para defender interesses dos palestinos como é que fez um ataque sabendo que Israel iria aproveitar para vingar-se e destruir Gaza, essa é a pergunta que a ninguém explica! "(Jorgedario@....)

"Porque o Hamas não faz nada para defender o povo de Gaza. Joga uma bomba  em um prédio de Israel e depois some, esquisito isso, parece que trabalha para Israel (...)"(Ramirez9)

"O embaixador de Israel chama os políticos da oposição, bolsonaristas, para uma reuniãozinha, num entendi nada! E o Biden, presidente dos EUA, dizendo que é sionista mesmo não sendo judeu, tudo bem, porque tem judeu que odeia o sionismo, mas essa dos EUA na ONU contra cessar fogo...me explica essa, cara! (...)(BG)

(...) É bastante claro e incontestável que Israel comete crimes de guerra, matando 9 mil civis e entre eles 4 mil crianças, ataca casas, corta energia, explode hospitais (...) Ninguém faz nada!(...) A ONU é controlada pelos EUA(...)

Tentando entender

Todas essas questões são complicadas porque há grande interferência de interesses políticos e econômicos que criam estratégias e jogos de poder. A Organização das Nações Unidas, por exemplo, teoricamente deveria ser democrática e todos os países do mundo teriam de integrar a ONU e votar em igualdade as suas resoluções. 

Mas na prática não é bem assim...A ONU foi criada no pós guerra e seu poder de voto  é relativamente amplo, mas há outro poder maior, o do veto, resumido a alguns países. Criada em nome da paz mundial, a ONU, em 1947, acabou criando outra guerra: sua preocupação inicial foi fazer a partilha do  território palestino para a criação do Estado de Israel.


Por isso quando o presidente Lula apresentou no Conselho de Segurança da ONU a resolução para cessar fogo na Faixa de Gaza, visando um acordo que beneficiasse os Estados da Palestina e Israel, com a concordância da maioria dos países membros, o mundo foi surpreendido pelo veto dos EUA!

O controle da ONU por alguns países interessados nas guerras ficou evidente!

O Hamas foi criado nos anos 80, considerado por uns como grupo terroristas e por outros como um grupo político armado. Agora, que tipo de estratégia foi essa de atacar uma área residencial de Israel e capturar reféns em um festival de música para supostamente proteger a Faixa de Gaza, realmente fica difícil entender. Ninguém está entendendo, nem mesmo os analistas da guerra, porque afinal quem está sendo triturado é a povo de Gaza, gente inocente, como crianças e civis. Milhares de pessoas assassinadas em bombardeios e em terra pelo exército sionista de Israel, com apoio total dos EUA.

O que tem horrorizado o mundo é a tentativa de justificar toda essa atrocidade. Israel mostra um vídeo sangrento atribuído ao Hamas, mas não explica como isso foi feito, para  tempos depois dizer que o registro das imagens foi feito pelo próprio Hamas. Como um ou outro lado registra as próprias atrocidades, se jornalistas e cinegrafistas são mortos por muito menos, eis a pergunta!

Da mesma forma que ninguém entende como é que o Hamas conseguiu atingir Israel, que possui um dos sistemas mais sofisticados para evitar mísseis, um exército treinado e material bélico de última geração.

O que tem horrorizado o mundo é a tentativa de justificar toda essa atrocidade. Israel mostra um vídeo sangrento atribuído ao Hamas, mas não explica como isso foi feito, da mesma forma que ninguém entende como é que o Hamas conseguiu atingir Israel, que possui um dos sistemas mais sofisticados para evitar mísseis, um exército treinado e material bélico de última geração.

Mas uma realidade é incontestável: ao atingir Israel, o Hamas abriu a cortina que encobria os crimes do governo sionista  de Israel. Ao provocar uma reação aberta e pública ao mundo todo, o Hamas mostrou qual a realidade da população palestina desde que foi submetida ao novo Estado de Israel, que desrespeitou sistematicamente o acordo firmado em 1948 delimitando os limites de cada Estado. 

Com essa agressão absurda, desproporcional, onde um exercito sionista poderoso agride civis totalmente vulneráveis, matando crianças e adolescentes, mulheres e homens desarmados, o mundo está horrorizado em descobrir as décadas de sofrimento de um povo que foi sendo cruelmente dizimado sem que as potências mundiais que são representadas na ONU e em organismos humanitários tenham agido em defesa dos direitos dessas populações.

E hoje, mesmo sob denúncias de que parte da mídia internacional e das redes sociais bloqueiam a publicação de imagens dos crimes de guerra cometidos na Palestina pelo governo sionista de Israel, o mundo pergunta perplexo o que significa a falta de ação diante das imagens genocidas na Faixa de Gaza e da Cisjordânia, onde invasores israelitas  que criaram assentamentos irregulares recebem armas e treinamento para matar indiscriminadamente qualquer palestino que passe por perto, seja criança ou adulto, desarmados e frágeis.

Imagens que mostram crianças de Israel cantando nas escolas canções que discriminam o povo palestino e justificam a matança, exatamente como acontecia no nazismo alemão com os judeus e outras minorias. 

Na trégua para troca de reféns, os reféns palestinos retidos por Israel são chamado de prisioneiros, ainda que não se explique como crianças podem ter cometido algum crime ou sejam justificadas todas as outras prisões de palestinos. 

E as denúncias agora se multiplicam: os sionistas mataram e aprisionaram crianças e adolescentes por motivos banais ou até sem justificativa, durante décadas, sem que os familiares pudessem recorrer judicialmente para obter julgamentos éticos. 

Segundo tudo indica, foi esse o resultado do ataque, considerado suicida, do Hamas a Israel em outubro: mostrar ao mundo que os palestinos não tinham opção. Enfrentar a fúria do governo sionista de Israel em uma guerra aberta ou nas sombras.  



No mundo a principal dúvida é onde começa o direito de uma resposta ao ataque de um grupo, seja político, religioso ou terrorista, e o fim dessa resposta. Por que há tanta demora em limitar a matança de civis  inocentes e absolutamente vulneráveis e quando haverá punição pelos crimes de guerra, que estão previstos em acordo internacional. 

Isso está tirando o sono do mundo globalizado: se não há limites éticos e humanizados, todo país do planeta e seus povos vulneráveis imaginam se estarão a salvo no futuro, caso catástrofes ambientais ou qualquer outro fator como a exploração de recursos não sejam tratados com definição do respeito à soberania. Uma nova guerra mundial poderá ser o fim da civilização tal como a conhecemos e o perigo reside justamente na mentalidade prepotente de alguns países de grande poder bélico. 




quinta-feira, novembro 09, 2023

O mundo não é a "casa da sogra"

 Foi extremamente estranha e impositiva a afirmação do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de  que a agência de espionagem israelense Mossad "trabalhou no Brasil junto à PF para desarticular terrorismo do grupo libanês Hezbollah". Entre tantas articulações do governo sionista de Israel no mundo árabe, nos EUA e parte da Europa, essa certamente foi uma "gafe política", com tom oportunista, diante do fato do Brasil manter-se neutro no conflito e definir-se a favor de acordos de paz entre Israel e a Palestina.

As críticas à Israel tem base na antecipação dos resultados da ação deflagrada pela Polícia Federal brasileira contra supostos terroristas que poderiam ameaçar a comunidade judaica no país. Dois homens foram presos pela PF.

Na verdade tudo pareceu um "avanço midiático" de Netanyahu. Soou muito mal entre os brasileiros.   O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, resumiu acertadamente esse problema: " Nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Policia Federal".

"Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos qualquer autoridade estrangeira que cogite dirigir os orgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de interesses políticos", escreveu o ministro Dino sobre a Operação Trapiche, da PF.


Embaixador de Israel reúne oposição

Por mais estranho que possa parecer, uma embaixada de outro país marcou uma reunião com políticos bolsonaristas e com Jair Bolsonaro: embaixador de Israel Daniel Zonshine alegou que o objetivo do encontro era  o de mostrar "vídeos fortes da guerra provocada pelo Hamas" e não aceitou filmagens.  

Enquanto isso os brasileiros que ainda estão na Faixa de Gaza aguardam, na fronteira com o Egito, a inclusão de seus nomes na autorização para passar e ser resgatados pelo avião da FAB, que há dias aguarda essa liberação. Netanyahu argumentou que a culpa é do Hamas, mas não deu uma explicação convincente. 



quarta-feira, novembro 01, 2023

Cérebros corruptos e implacáveis

 




Provavelmente você já ouviu falar em cérebro corrupto.  Ou seja, a corrupção não seria simplesmente uma questão de caráter, mas uma tendência do indivíduo que teria sua origem em um defeito nos genes, assim como outros problemas como o retardo mental ou a psicopatia.
O assunto já foi muito discutido em simpósios neuropsiquiátricos e resume uma óbvia constatação: o cérebro corrupto demonstra um comportamento que viola o senso natural de justiça simplesmente porque  não consegue  avaliar e sentir sentimentos morais, como repulsa e nojo, necessários para a rejeição de atos que prejudicam o semelhante, como a corrupção e outros crimes.

Se assim for, teríamos uma explicação razoável para a corrupção e a violência que acontecem  cada vez mais em várias partes do mundo desde as décadas de 60 e 70, justamente o período de grandes transformações nos costumes e na moral das sociedades, pressionadas por uma mídia poderosa que derrubou antigos conceitos e  crenças, substituídos pelo culto ao supérfluo. 
Mas com o acesso à internet e às infindáveis possibilidades de expressão sem consequências, a quantidade de pessoas intolerantes com o semelhante e muito abertas à corrupção, disparou!

O cérebro corrupto é oportunista. Em um ambiente sem moral ou de baixa vigilância ele solta as rédeas e "faz a festa", ciente de que não haverá consequências.

Quer dizer que o cérebro corrupto raciocina, sabe que comete um crime ou erro grave, dependendo do tipo de sua corrupção o suficiente para frear ou não as suas ações. Mas não acha que está errado, apenas tem medo de ser punido. É a expectativa de ter seu crime descoberto que impede a corrupção de acontecer.

Muito interessante. A boa notícia é que esse defeito que leva ao cérebro corrupto acontece com uma minoria, assim como a psicopatia que pode levar aos assassinatos seriais, ou "serial killers".
A má notícia é que o chamado "neuromarketing", que busca atingir as áreas do cérebro para tornar propagandas - políticas ou comerciais - mais poderosas, torna as pessoas que não tem o cérebro corrupto, mas apenas um cérebro influenciável, apáticas em relação aos crimes de corrupção, como se eles fossem uma espécie de ficção que não representaria ameaça a elas. O que, obviamente, é um engano perigoso.

Eis aí uma batalha entre o Bem e o Mal: respeitar as regras criadas em textos legais e acordos sociais para manter a paz, ou atropelar todos os direitos comunitários em troca de poder individual, levando à guerras que podem ir desde uma discussão doméstica ou no trânsito, até ações bélicas que matam milhões  e comprometem o futuro de todos. 

quinta-feira, outubro 19, 2023

Guerras e a fúria do domínio

 "Uma guerra é um massacre entre gente que não se conhece, para proveito de pessoas que se conhecem"... e que momentaneamente não se massacram por unir-se em objetivo comum de dominar o poder!

Eis aí um bom resumo sobre o que significam as inúmeras guerras que vivemos hoje no planeta. É claro que uma guerra não se faz apenas entre povos que se confrontam, mas também pela aniquilação disfarçada e lenta do domínio de setores essenciais à vida, como a água por exemplo. Ou o alimento, que pode ser envenenado em sua cultura para propiciar doenças, ou medicamentos adulterados, etc, etc, etc.

Mas vamos falar das guerras de confronto, como as guerras mundiais do século passado, a guerra do Vietnam e as centenas de outras no século XX. Que curiosamente  foram combatidas e os vencedores acabaram criando força para guerras futuras. 

Um exemplo dolorido é a guerra entre o governo sionista de Israel e o mundo árabe, a partir da Palestina. A Palestina vivia tempos de paz, enquanto os assentamentos  judeus estimulados pelo sionismo por volta de 1900 foram recebidos com relativa tolerância pelos palestinos. Mas quando a Inglaterra e os EUA se esforçaram para dividir a Palestina contra a vontade dos palestinos, criando ao final da segunda guerra a ONU e "legalizando" a ocupação desse território, abriu espaço para um futuro sangrento.

O problema não foi somente a divisão das terras palestinas, mas o constante avanço dos governos sionistas de Israel sobre as áreas palestinas, desrespeitando até o acordo da ONU. O povo palestino foi sendo espremido cada vez mais para a faixa de Gaza e Jerusalém, que no acordo de ocupação foi sacramentado como território neutro, pertencente a palestinos e judeus, passou a ser reivindicado pelos sionistas.

É preciso deixar bem claro que judeus e sionistas são coisas diferentes. Judaísmo é uma religião, que independe de espaço para ser adotada. Há judeus no mundo todo. Já o sionismo é um movimento político e um sionista não é necessariamente judeu. O presidente dos EUA, Biden, revelou ser sionista, embora não seja judeu.

Pois bem, de qualquer forma, foi o avanço de Israel sobre a Palestina o que alertou o povo árabe. A população palestina foi sendo obrigada a recuar até Gaza, perdendo as terras mais férteis. Mas até então o mundo não percebeu uma estratégia sionista macabra: setores de Gaza foram sendo ocupados também por assentamentos israelenses, transformando-se em cidades, e as fronteiras de Gaza com outros países, como Líbano e  Egito, foram dominadas. 

Hoje 2 milhões palestinos espremidos na faixa de Gaza, não tem como fugir dos bombardeios e do treinado exército sionista, um dos melhores do mundo, fortalecido pelos EUA e outros países. Não tem como sair! Israel nega o direito a um corredor humanitário, apoiado pelos EUA, que usou o poder de veto na ONU para recusar a ajuda humanitária proposta pelo Brasil. Podemos e devemos perguntar o motivo. Afinal se é o  Hamas o alvo de Israel e de seu poderio bélico, os civis deveriam ser retirados. Ou a faixa de Gaza será transformada em um enorme cemitério, sem seus habitantes palestinos!

Sem saída, sem água e sem comida (o governo sionista de Israel impede a subsistência) a população de Gaza corre o risco de ser exterminada. É essa possibilidade que está transtornando o mundo! Sob alegação de ser atacada, Israel pretende destruir toda a faixa de Gaza, o último resquício do povo palestino. 

terça-feira, outubro 16, 2018

FASCISMO E MANIPULAÇÃO NAS REDES

As pessoas atingidas pela manipulação
nas redes não tem capacidade crítica.
Acham que o risco de fascismo e
ditaduras não existe ou, se existir,
será para "dar um corretivo"
aos cidadãos que "cometem erros".
É a ingenuidade política,
que depende de um comando autoritário
para compensar
sua incapacidade de participação no próprio destino!
Duas realidades: nunca antes a palavra fascismo foi tão pronunciada nas redes e tão procurada no Google em busca do seu significado. Outra realidade: a mesma mão que ajuda a informar é aquela que agride e desinforma. A internet se presta a esses dois papéis inversos!

Nessa "mão do mal" da internet nas redes sociais, as "tropas cibernéticas" formam um conjunto que faz com que mentiras sejam transformadas em verdade. Não para todos os públicos, claro. Mas principalmente para aqueles que são afetados facilmente. 

Quem são as pessoas fáceis de manipular?  
Como se descobre esse público fragilizado e sem opinião?

Segundo um estudo da Universidade de Oxford, existe uma sofisticada rede de soldados cibernéticos que sabe exatamente quais são os perfís que devem ser trabalhados e convencidos por mentiras e repetições que levam a uma espécie de lavagem cerebral. Empresas privadas e partidos políticos são os "clientes" de um sistema milionário de influenciadores, que envolvem robôs digitais e muita espionagem, invadindo a privacidade dos usuários e descobrindo os meios mais fáceis de manipular sua opinião.

Quando você pensa que está falando com um semelhante, alguém que tem dúvidas como você, receios e medo como os seus, pode estar interagindo com um sistema frio e pragmático, onde não existe de fato debate ou busca de informação, mas manipulação pura e simples através da repetição de ideias que vão invadir a sua capacidade de gerenciar a própria opinião!

Reparou que a maioria desses "influenciadores programados" parecem boneco de repetição? O principal argumento será sempre a mentira, repetida incansavelmente, até convencer o sujeito de que "deve ser verdade".

É dessa maneira que candidatos que são corruptos de fato há décadas, sempre sendo liberados pelo sistema desses grupos, conseguem perpetuar-se no poder e manter projetos que não interessam ao país. 

É também graças a esse sistema que candidatos que defendem violência e discriminação, como Trump nos EUA e Jair Bolsonaro no Brasil, são assimilados pelo "lado positivo" da violência, com essa manipulação mental poderosa feita através das redes.

Aí você pergunta: mas como? Por que essa manipulação do exército de influência digital, que usa "trolls" e outras formas de assédio online disseminando o ódio, atinge uns e não atinge outros?

Porque o seus dados foram checados nessa rede de espionagem, que tem acesso aos seus comentários, sua capacidade de resistir a assédios, seus preconceitos escondidos sob a capa de civilidade, sua condição financeira, idade e profissão. 

E principalmente, a sua fraqueza moral! Ou seja, esses espiões selecionam os perfís que seriam mais suscetíveis à enxurrada de mentiras e de ordens subliminares! Quem já tem conhecimento e opinião formados não é facilmente dominado por essa manipulação que desperta o ódio adormecido na dura rotina de sua vida.

Se você observar, verá que é um crescendo: aqueles que foram bombardeados pelos manipuladores desse exército cibernético acabam convencendo pessoas que por sua vez para replicar esse sistema, sem perceber que estão sendo comandados. Essas pessoas reais não têm argumentos, não conhecem o sistema, mas repetem as mesmas palavras de ordem de preconceito e discriminação e repassam as chamadas "fake news" sucessivamente!

Essas pessoas, vítimas desse "comando cibernético" do ódio e desinformação, nem mesmo sabem o significado da palavras "fascismo". E não têm consciência de que estão lutando contra seu próprio futuro. São apenas peças azeitadas na linha de produção de uma sociedade sem pensamento crítico, que vota em palhaços, atores ponôs que disseminam  ideias fascistas, gente que defende armamentos e violência contra as minorias, deixando à vontade quem comete crimes contra o semelhante. Isso é um resultado da prática do fascismo.

sexta-feira, setembro 28, 2018

O VOTO E A AMEAÇA À DEMOCRACIA

(Tribuna da Internet)
Vésperas de pleitos eleitorais sempre são tensos, mas este ano de 2018 o estresse do eleitor parece atingir o seu ponto máximo. A ponto de, em muitos casos, interferir na vida familiar e nos círculos de amizade maios íntimos.

O que está acontecendo? É proposital a sensação de caos? É proposital!


Os últimos anos foram marcados por fatos que desestruturaram a confiança no país. A partir do golpe de 2016 - quando parlamentares dos partidos conservadores conseguiram aprovar um impeachment sem base constitucional e com aval de ministros do Supremo Tribunal Federal (acusado de agir politicamente), a confiança no Estado desabou!

A partir da derrubada do governo eleito democraticamente, aconteceu um verdadeiro bombardeio de ações políticas  que geraram as falsas notícias, ou afirmações de acontecimentos que não tinham base alguma de realidade, com objetivo único de prejudicar um único partido político, o PT.

O resultado foi surpreendente:juntamente com o desprezo pela lei, incentivado pelos grupos políticos do golpe, a violência nas redes disparou, dando origem a candidaturas obscenas, que defendiam além das perdas trabalhistas e sociais, a defesa da violência e da discriminação.

Nunca antes o ambiente pré-eleitoral foi tão tenso! A ameaça da extrema direita e do "fascismo à brasileira" atingiu em cheio o cidadão brasileiro. O jogo eleitoral tornou-se parcialmente aberto, com uma fenda que demonstrou a complexidade do jogo do poder.

Apoiar candidatos que jogam com o medo e a violência é desencadear o ódio e a revolta contidos dentro de pessoas que não estão em equilíbrio e que em ambientes assim soltam todos os desajustes, frustrações, medo e raiva reprimida. Aumentam os casos de intolerância ao próximo, o racismo, a homofobia, os espancamentos e assassinatos de mulheres e políticos da oposição! Como o caso recente do assassinato do garoto Daniel,  do filho do candidato a deputado federal pelo PT, José Carlos de Oliveira, em Curitiba, no Paraná  e de Marielle Franco, do PT no Rio de Janeiro.

Nos próximos dias estão marcadas manifestações de grande porte que pretende, expor a principal ferida deixada pelo golpe de 2016: o risco dom fascismo e da ditadura! Mesmo a previsão das eleições democráticas para próxima semana não consegue acalmar a grande tensão deixada nas entrelinhas das ameaças de grupos políticos que defendem o neoliberalismo e que foram os principais propulsores do crescimento de defensores da violência.

Independente de qualquer coisa no entanto, as eleições livres devem ser visualizadas com seriedade, sem os resmungos do voto branco ou nulo, que não passam de um "lavar as mãos" que pode fortalecer os movimentos fascistas.

EM QUEM NÃO VOTAR

É muito importante tentar descobrir os melhores candidatos para o voto, mas isso fica mais fácil se primeiramente forem definidos os nomes que não devem ser reeleitos. Políticos que apoiaram o golpe de 2016, certamente, não são confiáveis à democracia e carregam nos ombros a atual ameaça do crescimento do fascismo e da violência.

Não basta pensar apenas no voto a Presidência da República. Apesar do Brasil ser um país presidencialista, estratégias dos grupos de poder levaram ao golpe de 2016 com a maioria do Congresso, deputados e senadores que formam grupos fortes, como a bancada ruralista (integrada pelos interesses dos grandes proprietários rurais) que consegue eleger 1/4 do Congresso e aprova medidas como o uso indiscriminado de agrotóxico proibido em outros paises.

O voto no governo do Estado, em deputados estaduais e federais e senadores tem uma importância enorme no futuro do país. Eles vão aprovar leis que acabam com direitos do trabalhador ou com o sistema de saúde!

Observe o histórico de seu candidato e não suas palavras de campanha na TV.  Você pode votar apenas na legenda do partido se esquecer os nomes, mas é bom pesquisar, anotar e levar essa lista de nomes escolhidos para sua cabine de votação.

Lembre-se da enorme responsabilidade: se escolher voto apenas porque tem antipatia pelo partido, pode cair nas mãos de outros que vão governar sem ações sociais e trabalhistas. Compare os governos anteriores e vote no governo que melhor equilibrou o país, para a Presidência da República, Senado, Câmaras federal e estadual e governo do Estado.

quarta-feira, agosto 29, 2018

A MULHER EM RISCO CONTÍNUO

Precisamos aprender a avaliar melhor as discussões e movimentos que se dizem "progressistas" para a condição feminina. Porque em toda bandeira acabam aparecendo os carunchos.
Veja o feminismo por exemplo. Quando a mulher passou a reivindicar direitos legítimos, surgiram os radicais, que acabaram por tornar o movimento feminista uma alegoria! E o sistema aproveitou-se muito bem disso, escravizando as mulheres "libertadas", sob outras grades.
Agora ouvimos candidatos neoliberais de direita e extrema direita referir-se a condição feminina de maneiras absurdas.
Um exemplo? O neoliberal diz que é preciso reduzir o Estado e privatizar o país para que "ele funcione" e que o mercado é quem deve decidir se mulher  ganha menos do que homem. "Deve haver alguma razão para que isso aconteça" declarou o dito cujo.
Há uma razão sim: o colonialismo, aquele que transforma um país em celeiro explorado pelo mercado!

POLÍTICA NEOLIBERAL ESCRAVIZA O PAÍS

A questão toda é: políticas neoliberais são mesmo sinônimo de neocolonialismo?

A confusão acontece porque o termo "liberalismo" dos anos 60 tinha conotação de fortalecimento do Estado. Hoje é o contrário: o neoliberalismo privilegia a força privativista em detrimento da força do Estado.
Nos anos 90 o Brasil foi submetido a uma politica governamental de privatizações.Estatais foram vendidas, a começar por siderúrgicas, bancos, telecomunicações, rodovias e aeroportos. O Banerj por exemplo, foi vendido ao Itaú! O país era governado pelo PSDB.

A fúria das ´privatizações, sempre vendidas abaixo de seu valor, foi controlada a partir de 2002.
Com o golpe parlamentar de 2016, as privatizações retornam com grande força. O governo do golpe anunciou 25 projetos de concessões e privatizações, em leilões que assombraram o mundo: além de atingir setores essenciais, houve uma espécie de "saldão" de um dos maiores tesouros brasileiros, o pré-sal.

Hoje candidatos defendem que essas privatizações devem continuar. Que o Estado deve ser mínimo e o poder privado soberano.

Se você privatiza e reduz o Estado, você deixa de ser um cidadão com poder de pressão sobre o privado. O Estado representa o que? Representa o cidadão e a soberania. Pagamos impostos e votamos em gerenciadores (legisladores e Executivo|) para administrar nosso bem, que é o país. Constitucionalmente, o povo decide esse gerenciamento.
O Judiciário assegura que assim seja (ou deveria assegurar), em decisão democrática que deve ser apoiada pelas Forças Armadas, que existem com o único objetivo de defender a soberania do país!

Mas se você privatizar setores essenciais e reduzir o poder do Estado, você terá o risco de interesses externos, de outros países, com suas multinacionais ou até organismos civis e militares, que terão acesso facilitado às riquezas, impondo regras através de setores privatizados.
Isso equivale a colocar em risco a soberania nacional.

A privatização de todos os setores e riquezas do Brasil, como petróleo, água e energia, saúde e educação, significa domínio sobre o povo e portanto, sobre o Estado.
Vamos a um exemplo do neoliberalismo: a saúde e seu sucateamento, que leva à dependência das empresas de planos de saúde e da indústria farmacêutica! Você corre o risco de morrer na porta de hospitais que só vão atende-lo se pagar caro. O Estado não interfere. Não regula preços, não assume sua responsabilidade. Não fornece a medicação  que é cara demais para o cidadão adquirir!
Se quem manda é o privado, os resultados ficam à mercê do mercado.
Produtos mais caros ou mais baratos vão depender  desse mercado, que não impedirá duas grandes ameaças: a formação de grandes cartéis e o poder de grandes corporações estrangeiras sobre setores essenciais, como petróleo, energia elétrica, água!
O privado determina o que e como você vai comer, já que existe o domínio da indústria de agrotóxicos. Ser obrigado a comer alimentos com alto percentual de agrotóxicos, porque isso enriquece empresários rurais e os fabricantes de venenos,  é um dos muitos riscos da política neoliberal!
 Sabe onde fica a sua livre iniciativa de mercado? O pequeno, médio e grande empresário brasileiro?Enterrado sob o peso das grandes corporações!

sexta-feira, junho 01, 2018

DEMOCRACIA E GOLPE PARLAMENTAR

"(...) está muito difícil entender o que acontece (...) quem é quem? "
"Gostaria de saber se a culpa é do Temer ou dos políticos (...) porque tiraram a Dilma?"
"(...)parlamentarismo não é bom? Pra que tanto chororó?"

Estas e mais inúmeras dúvidas que chegaram para este blog, através de e-mails e também de publicações nas redes sociais, mostram que há versões e versões sobre os fatos que conturbam a vida dos brasileiros.

Não são apenas os jovens que desconhecem a história e que ficam confusos. Adultos que passaram por outros golpes de Estado, como o de 1964, mas ficaram alheios aos acontecimentos da época, também podem confundir os fatos, que contam com a mídia paga (ou grande mídia) para repetir versões que interessam a grupos de poder político.

Naturalmente devemos pensar, mas sempre pesquisando a história e a lógica dos acontecimentos. Existe uma linha de raciocínio óbvio, que dificilmente pode ser contestada a partir da própria história.

O golpe foi engendrado já nos tempos do crescimento da preferência por um líder sindical que tornou-se bastante popular, Luiz Inácio da Silva, ou Lula.

Os grupos que dominavam o poder sob diferentes siglas, mas sob o molde das velhas oligarquias políticas, conseguiram evitar a vitória de Lula nas urnas em 1989, com a campanha da "caça aos marajás" de Fernando Collor de Mello, endeusado pela mídia paga. Mais tarde Collor seria derrubado por denúncias comprovadas de corrupção.

Ficou clara a precariedade da manutenção do esquema de domínio politico brasileiro mais de uma década depois, quando a vitória de Lula foi impossível de ser detida.

O recurso foi continuar denegrindo o Partido dos Trabalhadores e foi então deflagrada a "operação mensalão do PT", que conseguiu comprometer o partido e dividir opinião popular, nos bombardeios da mídia paga. Ainda assim,  governo Lula continuou firme e em dois mandatos conseguiu o que parecia impossível: retomar o crescimento e reduzir a pobreza, começando a crescer no cenário internacional.

 O que aconteceu? As velhas oligarquias orientadas por grupos estrangeiros, inconformados com o aumento da popularidade de Lula,  concluíram que o golpe era inevitável, já que não havia sucesso na manipulação do voto popular.

Mesmo antes de 2014, esse golpe já estava decidido, com um Congresso permeado em pelo menos 2 terços de políticos devidamente formados com essa finalidade. Quando Aécio foi derrotado e Dilma  Rousseff assumiu seu segundo mandato em 2014. o golpe foi enfim acionado, começando por ações de parlamentares para minar projetos do governo.

Não foi sem aviso: o próprio derrotado Aécio Neves avisou o Brasil: "não daremos trégua a Dilma", antecipando que seu poder no Congresso seria mais forte do que as urnas democráticas. E assim foi, culminando com o impeachment, que tornou o golpe parlamentar bem sucedido.

 E Temer? Ele possui de fato autonomia de decisão?

Segundo tudo indica, Temer é apenas a mão que assina, sem ler, decisões que são ditadas pelos grupos que sustentaram o golpe.

Isso o torna uma espécie de "trunfo" para o golpé parlamentar. É também além de imolador, o imolado.  Quando não servir mais como mão, certamente será obrigado a renunciar ou passará por outro processo, como o impeachment, para favorecer mais ações do golpe de Estado, que não quer arriscar eleições diretas e democráticas, sem ter certeza de que conseguirá eleger alguém que siga as mesmas regras dos grupos econômicos que estão no poder.

 Isso quer dizer que Temer reforça a ideia antiga de que os presidentes brasileiros não têm autonomia de fato, apesar do regime político ser presidencialista. Lula parece ter sido uma exceção e conseguiu manter sua política social amparado por acordos com os interesses privados de parlamentares que dominam o Congresso. Dilma Rousseff tentou seguir com governos que mantivessem essa nova política que trouxe grandes vantagens para o país. Mas foi bruscamente interrompida em seu segundo mandato, sofrendo retaliações desde a posse como presidente reeleita.

 O resultado do impeachment da presidente Dilma Rousseff  tem sido a perda de conquistas importantíssimas para o país, que retorna à miséria e à condição subserviente à outras potências.

Por que o Parlamentarismo, razoavelmente bem desempenhado em outros países, está sendo criticado por subitamente  tornar-se "preocupação legislativa"? Às vésperas das eleições diretas e democráticas?

Porque pode ser usado como artifício pelos parlamentares que criaram condições para o golpe de Estado para perpetuar o domínio sobre a política brasileira, eliminando os riscos de uma reeleição do ex-presidente Lula ou de outros candidatos que não se submetam aos interesses dos grupos que hoje estão no poder.

Nesse caso, Temer será o bode expiatório, ou o motivo para os grupos golpistas evitarem um retorno da democracia. Está aí a fonte dessa história absurda de parlamentarismo às vésperas das eleições, em meio a um caos artificialmente criado pelos próprios golpistas no estímulo à greve (locaute) que conseguiu desviar recursos da União para uma nebulosa administração da Petrobrás, além de subir o preço da gasolina nas bombas!


BRASIL DOS GOLPES DE ESTADO


Desde de sua independência de Portugal, o Brasil sofreu muitos golpes políticos, em meio à formação de grupos que foram dominando a política do país e criando uma espécie de "dinastia", onde o mesmo modelo de exploração política foi sendo perpetuado.

Vamos esclarecer: a própria Proclamação da República partiu de um golpe militar, em 1889, para colocar fim à monarquia. Mas em 1891, três anos depois, o então presidente da República Deodoro da Fonseca,  prendeu deputados e senadores da oposição e decretou Estado de Sítio. Vinte dias depois ele renunciaria ao cargo de Presidente da República.

Em 1930 o Brasil foi palco da Revolução civil-militar liderada pela Paraíba, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, sob alegação de fraude na eleição de Julio Prestes, que teria derrotado Getulio Vargas. Nos conflitos oão Pessoa, da Paraíba, morreu. No final das contas o episódio deu origem à "Nova República".

Getúlio Vargas foi eleito em 1934, em eleições indiretas, quatro anos depois de assumir a presidência que extinguiu a "velha República". Com os movimentos chamados de "Intentona Comunista" e "Ação Libertadora Nacional" (de Julio Prestes), o desfecho foi o fechamento do Congresso Nacional e o cancelamento das eleições presidenciais que seriam realizadas em janeiro de 1938.

Mudando sua postura política, Getúlio Vargas foi pressionado a renunciar ao cargo de Presidente da República, em 1945. E assinou renúncia.

Em meio a outros acontecimentos de pressões e depressões sobre qualquer presidente que não seguisse a cartilha das oligarquias, um outro golpe, evidente e cruel, aconteceu em 1964, que culminou com um governo militar que exerceu o poder direta e indiretamente até o chamado "processo de abertura democrática", que teve a primeira eleição direta em 1989.


quarta-feira, dezembro 13, 2017

RISCOS PRIMITIVOS DA INTERNET

Um ex-funcionário do Facebook, em entrevistas publicadas na internet, afirmou que "o comportamento das pessoas está sendo programado sem que elas percebam". Ou seja, apesar de ser uma realidade óbvia, que leva internautas a reclamações constantes do sistema das redes sociais, esse tipo de comunicação causaria, em resumo, uma "alienação involuntária".  O sistema reconheceria as pessoas como absolutamente fragilizadas, facilmente manipuláveis e absolutamente acríticas!


A realidade não é bem essa. As redes sociais em geral, sem exceção, são de fato um risco potencial para influenciar comportamentos e ideias. Não surgiram com esse objetivo, mas como todo e qualquer recurso existente na sociedade humana, não poderiam passar incólumes à interferência de interesses.
Aliás, toda a internet, que representa um espelho do mundo em versão virtual, não é um espaço preservado e seguro. Está sujeito aos mesmos riscos e perigos da vida não virtual.
A diferença é que a sensação de preservação no mundo virtual é menos realista.

As redes sociais são um perigo? Tanto quanto qualquer atividade humana, em qualquer espaço existente Quem não tem computador também corre riscos perigosos o tempo todo, com a televisão, por exemplo. Com rádios, jornais e revistas, que também surgiram com bons objetivos, mas são alvo de manipulação óbvia.

O que quer dizer isso? Que não importa onde haja interação, haverá sempre a interferência para manipular as pessoas. Verdade e mentira andam lado a lado porque todos os fatos ou realidade sofrerão a invasão dos interesses, sejam eles nobres ou criminosos.

"As redes sociais são um perigo? 
Tanto quanto qualquer atividade 
humana, em qualquer espaço existente"

Nesse ponto surge a pergunta: a internet é um perigo? A resposta obviamente é, sim, é tão perigosa quanto qualquer lugar. Até mesmo o seu quintal! Mas enquanto for livre é menos ameaçadora do que a televisão, por exemplo, que é dominada por grupos de interesses econômicos e politicos que de fato ditam comportamentos e ideias. A televisão deixou de ser entretenimento e cultura, para transformar-se em uma imensa armadilha ideológica, onde até os cultos das igrejas evangélicas enlatadas assumem um poder de influência definitivo, assim como qualquer marketing veiculado nesse sistema. Programas e jornalismo são deformados para servir a política dos grandes grupos. E não existe a contestação a essas imposições midiáticas, porque é um sistema fechado.

E a internet? Seria esse tipo de comunicação mais poderoso do que a televisão, rádio, cinema e as toneladas de mensagens subliminares, nos riscos de tornar a sociedade escravizada e doente?

A internet não é um risco. Mas sofre o risco de ser tornar-se também manipulada e perigosa. Enquanto o espaço for livre, não há maior risco do que na vida rotineira fora dela: verdade e mentira, crimes e castigos, o vazio e o cheio, tudo isso, fica exposto para avaliação de quem navega pelos seus espaços, ciente de que é preciso separar o joio do trigo.
Uma das criticas a sistemas como o WhatsApp é a facilidade com que falsas notícias são veiculadas. Também nos sites de relacionamento "fatos" ou comentários cheios de malícia levariam à um estado de "balbúrdia mental", interferindo no comportamento.
Mas isso não aconteceu sempre? Antes da internet? Antes da revolução industrial?  Nos tempos primitivos onde a ignorância curvava-se a crenças  construídas para dominar a massa?

A internet, pelo contrário, abriu um espaço inédito de comunicação, onde é possível contestar possíveis fatos ou verdades, em igualdade de condições entre o bom senso e a má intenção. Algo assim como reunir deus e o diabo no mesmo palco, onde existe um espaço livre.

"A internet réune deus e o diabo 
no mesmo palco. Isso irrita a
ditadura da grande mídia" 
                                

Espaço livre significa livre expressão, seja ela do herói ou do bandido, respeitadas as regras para limites de abusos óbvios.
Na livre expressão encontra-se o fundamento do pensamento e da capacidade crítica. E é isso que enfurece os grandes grupos habituados a ditar comportamentos da massa.
Mas se houver limitação em seu uso ou qualquer interferência que desequilibre as forças da informação, a internet poderá de fato tornar-se um espaço de absoluta escravidão.

Sites de relacionamento são sites de relacionamento. Podem ter sido criados para favorecer encontros das pessoas que vivem isoladas na vida urbana e sufocante das grandes cidades do planeta, mas acabam por criar uma interação mais ampla por força da própria necessidade humana. A troca de ideias pode ser um namoro, uma receita culinária, um chá contra gases, um desabafo emocional, mas também vai enveredar por discussões profissionais, debates filosóficos que permitam aprimorar o senso crítico e por fim, políticos, assim como pode servir a individuos criminosos, porque a vida cotidiana possui toda essa realidade. E não há como existir interação humana, sem este universo de preocupação.

A internet não é o risco. Mas o sistema humano é cercado de perigos, em tempos primitivos ou cibernéticos. O que torna qualquer campo de atividade humana ou qualquer espaço de comunicação um risco potencial!



quarta-feira, outubro 11, 2017

A ARTE, A NUDEZ E A HIPOCRISIA


A grande discussão nas redes sociais que teve como ponto de partida o oportunismo político de um grupo denominado MBL (Movimento Brasil Livre) que defende ideias de direita e extrema direita, colocou em evidência dois importantes desafios da atualidade: o conceito de arte e sua limitação e a falta de maturidade e bom senso da sociedade em lidar com uma grave agressão à criança: a pedofilia.
O que museus e exposições de arte tem a ver com pedofilia? Nada obviamente!
A arte também funciona como crítica do meio. Não tem poder de deflagrar comportamentos criminosos.
O objeto da balbúrdia foi uma performance da obra "Bichos", apresentada em uma única sessão no MAM, Museu de Arte Moderna de São Paulo, onde um artista apresentava-se despido. A nudez, em ambiente separado e onde apenas entrava e compartilhava da apresentação pessoas que sabiam de seu conteúdo, não tinha qualquer objetivo erótico. Muito pelo contrário. Como a interação era permitida, justamente como forma de derrubar preconceitos contra o corpo, sem conotação sexual, algumas crianças que estavam acompanhadas de seus pais, interagiram com o artista.
Foi o suficiente para que políticos evangélicos e esse grupo MBL atacassem furiosamente o museu, esbravejando a "imoralidade" e o "estímulo à pedofilia" na apresentação de um corpo nú masculino.
Esse tipo de reação é preocupante, porque não ajuda em nada as distorções, muito pelo contrário. O que é que combatemos? A anatomia humana ou a doença e a criminalidade sexual?
O direito das crianças está entre quatro paredes, onde a sua inocência fica confusa diante da brutalidade da pedofiia, que acontece em mansões ou casebres de papelão, e da exploração sexual quando vivem em ambientes miseráveis e são jogadas à rua para prostituição.
Outros museus, principalmente europeus, estão sendo pressionados por essa nova mentalidade reacionária, que estimula o uso de armas e violência, mas condena a crítica aos costumes e a liberdade de conhecer e debater tabus.
Obras de arte, seja em murais ou telas da antiguidade, sempre retrataram a nudez, natural em todos os animais e em muitas culturas.
O nú na arte sempre teve uma conotação de expandir a liberdade individual, em meio a culturas extremamente hipócritas, onde o corpo coberto estimula imaginação sexual e não impede estupros e abusos.
A ignorância dos riscos que uma criança sofre com artifícios de criminosos pedófilos, que raramente são descobertos, é um agravante para alimentar o crime. Imaginar que uma criança que não é alertada sobre esses riscos, entendendo a diferença entre a mera nudez e o perigo do abuso sexual, esteja "preservada", é algo irreal e perigoso!
O apelo à sexualidade hoje é impossível de ser controlado. Está em todos os lugares. Não é a nudez, mas o apelo sexual e a sensualidades excessiva que acabam sendo interpretados da pior forma possível pelas crianças mantidas na ignorância das funções do corpo.
O risco não está em museus. Está nas novelas de tv, nos bailes funk e nas musicas de baixa qualidade e alto consumo e até nos desenhos infantis, de maneira subliminar ou nem tanto.
Centrar a "cruzada purificadora" em museus não resolve nada. Muito pelo contrário, perpetua a exploração da criança sem testemunhas.
De maneira hipócrita e escondida. Faz de conta que o corpo não existe e que os crimes contra a criança são ficção!
Assim desejam aqueles que cometem o crime de pedofilia ou exploram sexualmente crianças: que toda a sociedade finja que isso não existe!

sábado, junho 03, 2017

ESQUERDA É O QUE?

"(...) Acho confuso esse negócio de esquerda (...) parece mão esquerda que não faz nada direito (...) (Patrícia V.A) 

"Eu não gosto nem de esquerda, nem de direita, cambada de aproveitadores (...) " (Guilherme C)



No palanque improvisado sobre um caminhão, a pessoa, em meio ao grupo que se espremia na carroceria, de microfone em punho, berrava aflito que "as elites não iriam impedir a classe trabalhadora de revolucionar este país" e abertamente reforçava o discurso de "elite x povo".
Esquerda é isso?
É essa a confusão do brasileiro (e de cidadãos do mundo todo) quando se fala em política e resume-se à questão dos conflitos em duas metades: direita e esquerda!
Será assim tão simples?
"Esquerda e direita" ajudou a definir a luta da população na Revolução francesa, no finzinho do século 18, quando a situação ficava à direita e os insatisfeitos à esquerda do presidente no parlamento. Ou seja, foi casual, mas marcou a referência: aqueles que desejavam manter uma política basicamente voltada para o capital, pragmática e seletiva e aqueles que não aceitavam essa condição rebaixamento social, reivindicando maior justiça social, equiparando as condições de sobrevivência de todos os cidadãos.
O que aconteceu ao longo do tempo?
A simplificação da política não foi bem sucedida. Houve subdivisões da ideia "direita, esquerda" e surgiram na Europa as variações que buscavam uma realidade prática da política.
A esquerda, assim como a direita, tem seus extremos e portanto houve necessidade de nominar as caracteristicas dos movimentos políticos. Extrema esquerda entre os mais radicais, que defendiam o comunismo e o trotskismo  (nivelamento da sociedade).
Centro-esquerda os grupos que defendiam o socialismo-democrático, progressistas e social-democratas (e ambientalistas, humanistas). Nesse caso não há rejeição ao capital e aos recursos econômicos, mas também não se exclui os direitos humanos básicos.
Já a direita também pode ser dividida entre radicais (com politicas que chegam ao fascismo ou nacional socialismo), conservadores que privilegiam o pragmatismo e o capital em detrimento das condições da massa, se assim for preciso, ou democratas cristãos, que são conservadores em assuntos sociais. Em outras palavras, não consideram as necessidades sociais uma prioridade, se elas vierem a modificar a prática do capital.

A interpretação de que "esquerda" é comunismo é um equívoco alimentado pela "direita", que explorou o receio da massa em perder bens e liberdade com "essa ameaça". O comunismo é apenas uma ideologia de esquerda, baseado na teoria da igualdade, que dificilmente conseguiu ser aplicada.
A predominância da esquerda  é a democracia baseada na redução da pobreza e na abertura  de condições de sobrevivência dignas, com acesso à educação e saúde. Não pretende nivelar a sociedade, mas evitar desajustes que levem ao desequilíbrio nocivo do meio.

Por esse motivo aa pessoas ficam confusas e interpretam a esquerda como "comunismo" ou anti-democracia, o que não tem fundamento algum. A esquerda radical acaba prejudicando os movimentos de esquerda que tentam reabilitar a democracia e preservar os direitos. São ferozes em suas críticas aos acordos com conservadores em governos democráticos, considerando a necessidade de  "acabar" com os moldes das politicas econômicas, ao invés de encontrar novos parâmetros de convivência entre as necessidades do capital e a dignidade humana.

E assim como os radicais de direita, os radicais  de esquerda tem um ponto comum: reforçam a ideia de luta de classes e a existência de uma "raça superior" traduzida na palavra "elite".

Elite, na verdade, ´traduz o que é mais valorizado. Ora, usar esse termo em um momento de confusão da informação, como este que vivemos, acaba reforçando também a ideia de fragilidade popular, diante de "semideuses" valorizados. Quem apoia fracassados? Ora, as classes que tentam subir economicamente acabam aderindo à essa falsa ideia de "superioridade" social e acabam apoiando ideias de radicais de direita ou direita conservadora, por mera ilusão, voltando-se contra a "esquerda" que seria "dos pobres".

O termo "elite e plebe" portanto, é uma arma contra a democracia de fato, usada pelos extremistas de direita e de esquerda. Prejudica a esquerda que busca o equilibrio através da democracia, discutindo a miséria e as políticas econômicas de maneira mais realista e produtiva para todos, ricos, remediados ou pobres!

 Hoje não temos nobreza. Apenas pobreza. Esse tipo de discurso de classes fortalece setores conservadores e ratifica a sensação de fragilidade da sociedade. Aí temos este quadro: de um lado os grupos que têm poder econômico (e portanto político). De outro os grupos sociais e politicos que misturam teorias de esquerda radicais e pouco funcionais (não há muito espaço para defesa de divisão equitativa entre os cidadão do mundo) e aqueles que de fato defendem a democracia plena, buscando um equilibrio das realidades. E no meio temos a imensa massa de pessoas que não entende nada e fica balançando entre um e outra influência.

segunda-feira, maio 29, 2017

A CORRUPÇÃO É VELHA, MAS A MENTALIDADE É NOVA


Não se fala em outra coisa em todos os cantos do país: corrupção! Uma realidade que traz revolta e confusão para a maioria.
Os próprios juristas conflitam opiniões a respeito da corrupção, na avaliação do peso da responsabilidade de quem corrompe, de quem é corrompido, ou daqueles que se aproveitam indiretamente da corrupção, omitindo-se à denúncia.
Genericamente, o cidadão resolve fácil essa questão, quando o assunto é corrupção política: "tira esse bando de safados do poder", ou "Sinto dor de barriga quando vejo o quanto um puto desses (sic) custa aos cofres públicos" .
Há ainda aqueles que escrevem nas redes sociais o desabafo de decepções da vida. "São esses caras que acabam com o trabalhador" ou anunciam um futuro sem corruptos: "Vamos acabar com  festa desses caras!"
Em tantas manifestações indignadas ou revoltadas, há um fato incontestável: as pessoas estão direcionando todas as decepções com o sistema, para a corrupção, porque no meio politico e administrativo de um país, esse tipo de crime rebate duras consequências para a sociedade.
Por esse motivo, o desabafo atinge todos os setores  que comandam a vida do cidadão. Todos são corruptos na politica, nos governos municipais, estaduais, na esfera federal, no Congresso Nacional, no sistema Judiciário, nas redes de televisão e grandes jornais e revistas que vendem a distorção da realidade por muito mais do que 40 moedas!
A situação é tão grave que até mesmo operações criadas para combater a corrupção estão sendo acusadas de distorção e de ações corruptas, ao proteger politicamente os mais influentes e os interesses de corporações.
Mas por que isso está acontecendo hoje?
A pergunta se refere à reação popular. Porque a corrupção sempre aconteceu!
Nos velhos tempos, no início da República brasileira, começo do século XX, o país viveu o coronelismo, que no final das contas dominava a politica e a economia de acordo com os seus interesses.
Isso nunca foi segredo. Tanto é que a população falava a rodo no tal "voto de cabresto" que permitia aos grandes latifundiários dominar a politica a partir da área rural, onde a população estava concentrada.
Havia fraudes, barganha, violência e compra de votos.
O problema é que isso continuou décadas e décadas adiante, até os dias de hoje.
Veio a política do "Café com Leite", onde São Paulo e Minas Gerais eram soberanos na eleição de todos os presidente da República, até 1930.
Depois disso houve uma mudança...mas nem tanto.
Com o golpe de 1964 e a ditadura aberta (antes era fechada...), o sistema manteve alta a corrupção, que foi exercida sem freios.
A população sabia que isso acontecia. Mas as denúncias de corrupção eram encaradas com a benevolência da mídia, sustentada por esse esquema.
O "rouba, mas faz ", tornou-se popular, diante das denúncias de superfaturamento de obras generalizado, em municípios, estados e na esfera federal, mas ganhou uma "face", a do governador Paulo Salim Maluf.
A ironia e o sarcasmo dos "eleitos" na época tinha base da certeza da impunidade.
Quem iria mexer no vespeiro da corrupção politica?
Quem iria conseguir apoio e força para aparelhar investigações sérias, quando governos seguidos enfraqueceram a Polícia Federal e fortaleceram as relações comprometidas de um Congresso que perdeu  a principal função de representação de interesse popular, para curvar-se a interêsses privados, através de lobbies poderosos?
O que estamos enfrentando hoje não é maior corrupção política. Muito pelo contrário, é um início de combate à corrupção descarada e enraizada.
Pela primeira vez na história do Brasil, a corrupção está sendo discutida, ao invés de ficar em algum espaço perdido na consciência popular
I

Independente de qualquer ação que o sistema corrompido faça, no sentido de reduzir a caça aos corrompidos ou corruptores, criando inclusive falsas denúncias para encobrir a verdadeira corrupção ou ridicularizando a ação da Policia Federal, uma nova mentalidade popular começou a vencer a antiga inércia sobre crimes políticos.

Estamos evoluindo, afinal!


Veja também: http://leiamirna.blogspot.com.br/2011/03/cerebros-corruptos.html



quarta-feira, maio 10, 2017

APOIO A LULA TERIA BASE NA PARCIALIDADE DE MORO

As redes sociais fervilham, acusando Sergio Moro de ser parcial por razões
políticas, o que explicaria a ausência de provas concretas nas acusações ao
ex-presidente Lula, que foi o único presidente da República que aparelhou
a Policia Federal para combater a corrupção. O ministro Teori Zavascki, do
Supremo Tribunal Federal, morto em 19 de janeiro último, criticou
duramente a maneira de Moro conduzir a investigação contra Lula.
Há duas realidades que se evidenciam no embate do juiz Sergio Moro, de Curitiba, e o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, Lula. A primeira delas é a incansável perseguição da Lava Jato curitibana em busca de provas que o tornem réu; a outra, em oposto, é o surpreendente apoio popular ao ex-presidente, que teria como base principal a inconformação com o que está sendo chamado de "perseguição política".
Para entender essa controvérsia entre o que seria justiça, é preciso avaliar todo o conjunto da problemática brasileira, envolvida em corrupção acentuada a partir da ditadura militar. Nos anos que se seguiram à abertura política, entre o repasse de poder aos militares, as eleições indiretas e por fim a abertura democrática com o retorno do voto popular. 
A democracia do voto, porém, não conseguiu eliminar a corrupção enfronhada no sistema. Tampouco conseguiu evitar os vícios do poder, onde lobbies no Congresso mantinham as necessidades nacionais atreladas a interesses de grupos econômicos ou interesses corporativos.
Além disso, as ações da corrupção ampliaram-se na forma de superfaturamento de obras e serviços, desviando bilhões dos cofres publicos ao longo das décadas de 80 e 90.
As denúncias de corrupção eram engavetadas e esquecidas. 
A relação com a corrupção, um vespeiro que governante algum teve coragem de enfrentar, tornou-se exageradamente "uma fatalidade" a ser tolerada pela população brasileira, que recebeu a ironia que merecia, na mentalidade do "rouba, mas faz" , em alusão ao superfaturamento das grandes obras.
Ao assumir a presidência da República, em janeiro de 2003, Lula tornou-se uma pedra no sapato da politica brasileira, quando começou a tomar medidas de combate a corrupção.
Mexeu no tal "vespeiro".
A primeira reação à esta busca de combate a corrupção, com o governo Lula fortalecendo a autonomia da Polícia Federal, foi uma reação da oposição  com a criação do chamado "mensalâo do PT", A intenção era bastante óbvia:  pretendia atribuir ao partido do presidente da República, que aparelhava o combate à corrupção, a condição de "corrupto", com a manipulação do próprio sistema de propinas, que já existia há décadas.
A estratégia consistiu em "sacrificar"  corruptos reais, como Roberto Jefferson, na época do PTB, que assumiu a denúncia, afirmando indiretamente que começava a "era da corrupção", justamente no primeiro governo disposto a combate-la.
A estratégia, bastante óbvia para o brasileiro, não funcionou. Lula seria reeleito no pleito seguinte, continuando a fortalecer as investigações. E reelegeu em seguida Dilma Rousseff, que também foi vitoriosa nas eleições de 2014, continuando a politica de combate à corrupção.
Mas Dilma Rousseff foi surpreendida por outra estratégia política: um impeachment, que foi baseado em "conjunto da obra", por um Congresso onde a maioria dos parlamentares tem denúncias sérias de corrupção, originadas há décadas.
O embate (assim está sendo chamado até pela própria imprensa) entre Lula e Moro é acusado pela população de ser parte da estratégia politica e não de real combate à corrupção. Não há provas de qualquer corrupção contra o ex-presidente. Moro baseou suas acusações em delações premiadas, que foram contraditórias. 
Também há grande contradição nas acusações da equipe da Lava Jato do Paraná e do procurador  Deltan Dallagnol, que foi publicamente criticado pelo ministro do Supremo Teori Zavascki, morto em um acidente alguns meses depois. 
Teori foi claro, ao alertar a ação de Dallagnol e sua equipe, considerando-a voltada para a "espetacularização", na busca da grande midia para relatos sem provas, baseadas em "achismos". As acusações são feitas em suposições e sem a seriedade exigida em denúncia tão grave.
Moro recebe apoio amplo da grande mídia, como as organizações Globo, que é uma das empresas denunciadas por grande sonegação de impostos.

                                                        EMBATE POLITICO

Aparentemente, o que deveria ser um depoimento comum, se baseado unicamente em razões legais, transformou-se em um grande embate politico. 
Moro recusou a transmissão ao vivo do depoimento, mesmo em meio à denúncias de que o depoimento de Lula seria editado, para ser divulgado pela mídia, também acusada de comprometimento,, como a Globo. 
Moro também antecipou um "ambiente de conturbação", acusando populares de ter a "intenção de depredar" as imediações. Assim proibiu qualquer cidadão de permanecer nas proximidades.
Ao agir assim, o juiz Sergio Moro reforçou a denúncia de parcialidade da Lava Jato de Curitiba, colocando em evidência a possibilidade do julgamento ser exclusivamente politico e reforçando a denúncia de "perseguição a Lula", conforme a opinião das redes.



                                       TÁTICA PARA DESVIAR A ATENÇAO

Outra acusaçâo da população nas redes é o fato do depoimento de LuLa a Sergio Moro ser estrategicamente marcado em data compatível com a tramitação final de um dos projetos mais polêmicos do atual governo, assumido pelo vice do governo Dilma Rousseff, Michel Temer; a votação da reforma na Previdência, completamente repudiada pela população.
Marcar o depoimento de Lula na mesma data esvaziaria manifestações contra a reforma pretendida por Temer. E vice- versa!
A ideia seria "diluir" os protestos, mostrando que a inconformação popular é real e incômoda para o governo, assim como é para a lava jato de Moro.




leia também    https://theintercept.com/2017/05/09/a-degradacao-do-estado-de-direito-por-tras-do-embate-moro-x-lula/



quinta-feira, março 30, 2017

O ADVOGADO E O DOUTOR

Imagine esta cena: em uma Defensoria Pública, a mulher que se identificou como sendo defensora pública responsável pela unidade, recusa o cumprimento de uma pessoa que pedia esclarecimentos sobre falta de informação e, olhando a mão estendida, identifica-se soberbamente: "Eu sou a DOUTORA  fulano de tal".
Isso aconteceu diante de dezenas de testemunhas e engrossa a listagem cada vez mais longa de reclamações contra a Justiça brasileira, que apresenta grave deficiência no atendimento público ou particular e nos resultados dos processos. Para firmar-se em um mero título, essa advogada cometeu um crime de constrangimento moral...em uma instituição pública que existe justamente para punir esse crime também.
Advogado é doutor? 
Por que?
Essa pergunta está sendo cada vez mais repetida e a categoria dos advogados cada vez mais criticada. 
Em 1827, uma lei do Império determinou o título de "doutor" a quem concluísse os recém-criados cursos de Ciências Jurídicas e Sociais e posteriormente fosse reconhecido como "Lentes" de fato, mostrando o domínio do conhecimento e capacidade diferenciada.
Advogados, filósofos, pessoas com "douto saber",  recebiam o reconhecimento pela sua sabedoria, com o titulo de "doutor".
Isso no século 19, onde a sociedade ainda era basicamente separada entre escravos, plebe, comerciantes, grandes fazendeiros, nobres e...doutores. Todos submetidos ao regime imperial.
Estamos no século 21. 
O que temos?

O Brasil forma, por hora, uma dezena de bacharéis de Direito. Por hora! Imagine a quantidade de candidatos ao título de "doutor", que serão "abençoados" pela Ordem dos Advogados no país, que tomou para si a responsabilidade de "filtrar" a maioria de bacharéis, que apesar de formados, nao possuem competência alguma para o exercício da profissão.
Agora vem o mais importante: a OAB  elimina com seu exame de admissão perto de 80% desses bacharéis.
Resolveu o problema de competência?
Não!
O Brasil possui um milhão de advogados que se acham no direito de ser chamados de "doutor", sem que tenham de fato um doutorado pelo menos, mas que desesperam a população quando ela necessita de um bom defensor que obtenha justiça.
É, não existem mais os "Lentes" do século 19, que eram admirados pela sua sabedoria, em vários campos de trabalho, inclusive na Justiça.
O título de "doutor" para advogados é um absurdo nos dias de hoje, se considerarmos a prática atual da advocacia. Serve apenas para respaldar o ego de milhares de profissionais que não cumprem com o papel principal de um defensor, manchando uma categoria de trabalho fundamental para a sobrevivência da sociedade.
Quantos clientes procuram diariamente os Conselhos de Ética da OAB no país?
Quantos são vítimas e não conseguem um atendimento nesses conselhos?
Quantos deixam de registrar suas queixas de advogados que são ignorantes da própria função, que abusam de seus clientes com informações falsas, que não trabalham nas causas e apenas jogam processos mal articulados para julgamentos?
Advogados que se aproveitam das procurações, que absurdamente sempre são assinadas com plenos poderes, e  agem criminosamente?
 Ou que se aproveitam da ignorância do cidadão que representam, e fazem artimanhas com os depósitos que são captados em processos ou depositados em suas contas (na conta bancária do advogado), para repasse posterior, nem sempre suficientemente justificados?
Advogados que entram em acordos secretos com a parte contrária, recebendo propinas em detrimento dos direitos daqueles que representam?
Nesse universo de um milhão de profissionais, podemos garantir que não são poucos. E a OAB não possui mecanismos suficientes para evitar esses estragos.
Doutores ou simplesmente senhores advogados, a verdade é que a categoria está seriamente ameaçada pela contaminação dos maus profissionais.

 E aí vem finalmente a pergunta, centrada na triste figura da defensora pública que se acha superior a qualquer cidadão, com seu título capenga: a OAB que insiste em admitir o tratamento de "doutor" a advogados está impedindo a sociedade de conhecer quem é que tem de fato talento e força moral para exercer a profissão e quem é que quer apenas apoiar-se em um título, seja pela fraqueza moral, seja por intenções pouco nobres

leia também http://leiamirna.blogspot.com.br/2012/03/posso-processar-o-advogado.html

quarta-feira, março 08, 2017

ALTOS LUCROS PARA CONCESSIONARIAS

A energia elétrica vai ficar mais cara, em altos percentuais. O atual governo culpa medidas anteriores, que baratearam o custo da energia.

 As concessionárias no entanto, festejam o retorno de altos lucros.
É isso que ocorre no Brasil: a exploração de serviços essenciais não para sua manutenção, mas sim como comércio extremamente lucrativo, o que contraria os princípios da exploração desses setores fundamentais.

 A energia elétrica, indispensável até o momento para a vida do país, sua economia e sobrevivência do cidadão, é tratada como um mero produto a ser explorado por empresas, ainda que teoricamente essa sede de lucro alto possa ser contida pela própria legislação.

As medidas do atual governo Temer são claramente a favor do lucro das empresas que exploram serviços essenciais, como energia. Mas todo tipo de concessão no Brasil é extraordinariamente mais lucrativo do que em outros países. E nesse balaio podemos colocar vários setores, que vão da energia à concessão de rodovias, das telecomunicações ao sistema de saúde, da exploração de recursos naturais, ao transporte público. da captação e tratamento do lixo e esgoto, à serviços funerários.

O abuso é evidente. O que se quer saber é o seguinte: porque esse abuso acontece?

Não bastam os argumentos de quem explora o setor e dos interesses da concessão. Essa "indenização milionária" que a a Justiça determinou e que vai aumentar extraordinariamente as contas do consumidor brasileiro (não são percentuais iguais e em alguns casos essa indenização não é cabível, ficando em dependência de cada concessionária (são dezenas em todo país) não está bem explicada.

O que se quer saber é o seguinte: uma vez que o investimento da empresa foi completado para produçao e distribuição de energia, qual o limite de sua margem de lucro? Como é o controle, que também observa a lisura da ANEEL, que como toda autarquia vinculada ao governo federal, segue políticas de ação, nem sempre a favor do consumidor.
Enfim, o que seria a margem de lucro na exploração comercial de setores considerados essenciais?

O lucro nos serviços essenciais não pode ultrapassar a razão da subsistência da população e da economia do país.

"A privatização nos anos 90 transferiu 25 empresas de energia elétrica para o setor privado e implementou um sistema tarifário que simula competição, instrumento usado para aumento das tarifas a patamares internacionais. Os setores empresariais que controlam a indústria da eletricidade no Brasil passam a ter lucros extraordinários", denunciou  Gilberto Cervinski, coordenador do MBA, Movimento dos Atingidos pelas Barragens.

Considerar "prejuizo" e aumentar tarifas de maneira tão astronômica em parte das concessões, como vemos agora, é permitir vitória de um cartel na exploração da energia elétrica. O que torna a legalidade dessa vitória das concessionárias que alegam "perdas", bastante questionável, em um momento de graves conflitos com um governo imposto pelo Congresso Nacional.


quarta-feira, fevereiro 22, 2017

SENADO E CÂMARA DESPREZAM OPINIÃO E PETIÇÕES POPULARES

Quando foi anunciada a "sabatina" no Senado, para aprovação do nome de Alexandre de Moraes para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal,  diferentes setores da sociedade brasileira, principalmente juristas, manifestaram-se contra essa aprovação. Mas entre as muitas críticas e denúncias contra  Moraes, uma das questões mais ouvidas e registradas pela imprensa brasileira, fora e dentro da internet, era a que colocava essa "sabatina"como absolutamente ornamental: o Senado tem uma maioria comprometida com o governo Temer, que por sua vez reune partidos que são amplamente citados nas denúncias de corrupção.
O brasileiro percebeu que a vontade popular
não é preocupação do Congresso neste
atual governo, que não abre mão de imposições
"O que está acontecendo com o Brasil? Vivemos uma ditadura?" Frases como esta fervilham nas redes sociais, que tornou-se um ambiente de discussão e debates sobre as questões mais polêmicas, que antigamente ficavam escondidas sob o manto da grande mídia, que consolidou-se a cobrir com o tapete as verdades inconvenientes para seus patrocinadores.
A fúria popular demonstrada em sites como Facebook, Twitter e outros, fundamenta-se no absoluto alheamento da Câmara  Federal, do Senado e do próprio Governo, em relação às críticas, opinião e às exigências da população, que se manifestam cada vez mais através de petições de Ação Popular, que teoricamente teriam o poder de interferir na postura do Congresso.
Teoricamente. 
Porque na realidade, os "ouvidos moucos" de deputados e senadores, tem sido um bofetão na face do brasileiro.
Não é apenas o desprezo pela opinião de juristas de todo país, como no caso da aprovação do nome de Alexandre de Moraes para ministro do Supremo.
Recentemente, irritado com a Justiça que determinou respeito ao projeto de combate à corrupção, que havia sido totalmente desfigurado pelos parlamentares, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, do DEM, declarou que queria a "checagem dos dois milhões de assinaturas"  populares.
Maia, envolvido ele próprio em denúncias de corrupção, conseguiu com esse tipo de atitude rebaixar qualquer brasileiro à condição de "mero espectador" de qualquer ação que um parlamentar decida, seja contrária ou a favor do país!

 "Governo e Congresso parecem

  reduto de reinos e reis, que não

se submetem à vontade popular"



A pergunta é: para que serve um parlamentar?
Hoje o Brasil parece um reduto de reinos e reis, que não se submetem à seus vassalos.
Poderíamos chamar isso de ditadura?
A partir do momento em que a população não tem qualquer poder de decisão ou seu poder de decisão é manipulado e distorcido, a democracia cedeu lugar para uma ditadura. 
Pequenos ditadores, que agem com absoluta certeza da impunidade, revirando as leis e desrespeitando a Constituição, com aval da grande mídia. É essa a interpretação que se tem nas milhares de discussões que acontecem a todo instante nas redes sociais, onde a crítica ao atual governo é inequívoca e crescente, como nunca antes aconteceu com qualquer governo ou história do Legislativo brasileiro.
Nem mesmo na ditadura militar.
Naturalmente há uma minoria de deputados e senadores que agem de maneira ética e clara, reconhecendo que como representantes da população, o seu papel é defender interesses desta população, e não de grupos isolados.
Por esse motivo é importante acompanhar as votações no Congresso e o posicionamento de cada parlamentar diante de assuntos de grande interesse nacional.


Leia também:
http://www.revistaforum.com.br/2017/02/22/a-alegria-de-senadores-envolvidos-na-lava-jato-ao-aprovarem-alexandre-de-moraes-para-o-stf/


As charges que correm na internet:














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